25/08/2011

Nervosismo cai e bolsas internacionais tentam manter recuperação

SÃO PAULO - Após forte pressão acumulada nas primeiras semanas de agosto em virtude do nervosismo ao redor do risco de recessão nos EUA e na Europa, as principais bolsas internacionais conseguiram acumular três sessões consecutivas de ganhos desde o início desta semana.

Assim sendo, o grande desafio desta quinta-feira (25) para o mercado será evitar um ajuste negativo. "De prático e relevante, vale ressaltar a volta de melhores valorizações para as ações com a queda dos treasuries, da pontuação do índice Vix e do ouro no mercado spot, sinais claros de redução na aversão a risco global", explica Marco Melo, head de análise e pesquisa da Ágora Corretora.

Referências
Para testar a resistência da trajetória de alta acumulada na semana, investidores terão "um dia tranquilo de indicadores econômicos", acredita Anders Møller Lumholtz, analista do Danske Bank. Por enquanto, os principais índices de ações da Europa registram alta, enquanto Wall Street, ainda no pré-market, vê os índices S&P 500 e Nasdaq com sinais opostos, porém, ambos próximos à estabilidade.

Lumholtz destaca apenas a divulgação do indicador Initial Claims, nos EUA, que apontará a variação semanal no número de pedidos de auxílio desemprego às 9h30, de Brasília, podendo ser uma boa referência, ainda que normalmente exerça influência apenas marginal, acerca dos riscos reais de recessão.

Cortes nas projeções
Porém, novos cortes na projeção de crescimento global, por parte de agentes de peso como Citigroup e UBS podem dificultar esta tarefa. A exemplo de Morgan Stanley e Deutsche Bank, ambas as instituições preevem um ritmo mais lento da atividade econômica global, principalmente na Zona do Euro.

À espera de Bernanke
Além disto, cresce a expectativa ao redor do discurso que Ben Bernanke fará na próxima sexta-feira. Muito já se especula que o presidente do Federal Reserve irá sinalizar um novo plano de estímulo monetário para tentar estimular a maior economia do planeta.

A expectativa já estaria inclusive refletindo no câmbio. "Enquanto ainda é difícil mensurar o consenso do mercado, já pode-se dizer que está sendo precificada a possibilidade do Fed dar início ao QE3 (Quantitative Easing 3), o que pode resultar em um valorização mais forte do dólar caso investidores se decepcionem com Bernanke", avalia Lumholtz.

Jobs dá adeus
Saindo um pouco do front econômico e indo para o corporativo, cabe citar a ampla repercussão da saída de Steve Jobs do posto de CEO (Chief Executive Officer) da Apple, para dedicar-se apenas à presidência do conselho da companhia. Encarado como um oráculo da tecnologia, Jobs dará lugar a Tim Cook, na empresa desde 1998.

Certamente, a reação dos papéis da Apple merece ser acompanhada de perto ao longo desta sessão em Wall Street. No pré-market, as ações já recuam 2,61%.

Ibovespa tenta voltar aos trilhos
Por aqui, a queda no nervosismo também se faz presente, e "o cenário para a bolsa brasileira sinaliza uma maior faixa de negociação em um canal dos 52 mil aos 56 mil pontos, onde os volumes negociados se aproximam da média diária no ano (R$ 6,3 bilhões) e um nível de volatilidade mais moderado no curto prazo", acredita Melo.

Fonte: InfoMoney

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