10/08/2011

Novos temores sobre a França derrubam Bolsas no Brasil e nos EUA

Novos temores no mercado, desta vez sobre a situação da França, trouxeram mais um dia de queda às Bolsas de Valores mundiais.

Às 13h02, o Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, tinha desvalorização de 1,22%, aos 50.543 pontos, bem abaixo da queda nas Bolsas dos Estados Unidos. O Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caía 3,46%.

No mesmo horário, o dólar comercial era negociado por R$ 1,626, estável, após cair para R$ 1,603 durante a manhã. A taxa de risco-país marca 214 pontos, com aumento de 4,90% ante a pontuação anterior.

Depois de um dia de fortes altas após o anúncio do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) de que vai manter os juros norte-americanos em patamar histórico de baixa pelo menos até 2013, os investidores voltaram às vendas hoje, impulsionados pelo medo de possíveis problemas no setor bancário francês.

Além disso, o mercado se preocupa com um possível rebaixamento da nota da dívida francesa --que hoje é AAA, sinalizando um dos ativos mais seguros do mundo.

Por conta disso, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, voltou mais cedo de suas férias nesta quarta e prometeu cortar o grande endividamento do país.

Apesar disso, ele não anunciou nenhuma nova medida de austeridade, e seus comentários não foram suficientes para evitar que as ações dos bancos franceses afundassem na Bolsa de Paris hoje.

As três principais Bolsas europeias também caem. Em Londres, o índice Financial Times registra variação negativa de 3,05%. Em Paris, o CAC-40 cai 5,45%. Já em Frankfurt, o DAX aponta queda de 5,22%.

Os investidores se concentraram ainda na grande exposição das instituições financeiras da França a títulos de dívida de países europeus com problemas.

"A França tem US$ 350 bilhões em papéis da dívida italiana em seus bancos", afirmou Dave Rovelli, diretor da Canaccord Adams, à Reuters.

Na Bolsa de Paris, as ações do Société General, em que os investidores concentraram sua atenção, chegaram a cair mais de 20%. Os papéis do BNP Paribas passaram dos 10% de queda.

Na Ásia, as Bolsas de Valores fecharam em alta, seguindo a tendência da véspera nos mercados norte-americanos.

Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 1,05%. O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão avançava 1,18% às 8h06 (horário de Brasília), puxado pelo setor de recursos naturais, que disparava mais de 3,5%. O índice referencial acumula queda de cerca de 12% em agosto.

TERÇA-FEIRA

Ontem, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em forte recuperação, após a pior queda desde outubro de 2008 na véspera.

O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 5,10%, atingindo os 51.150 pontos. O giro financeiro foi de R$ 10,33 bilhões. O aumento foi o maior desde outubro de 2009. Ainda assim, a Bolsa paulista registra queda de 13% no mês.

Ainda ontem, nos Estados Unidos, o índice Dow Jones subiu 3,98% e chegou a 11.239,77 pontos e o Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, subiu 5,29%, para 2.482,52 pontos. O índice ampliado Standard & Poor's 500 avançou 4,74%, para 1.172,53 pontos.

Fonte: Folha.com

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