30/08/2007

Ações: investidor de longo prazo não sentirá impacto da crise, dizem analistas

As notícias estampadas nos jornais, sem dúvida, afastam os investidores que planejavam alocar parte dos seus recursos em renda variável, deixando o investimento para ser realizado em outro momento.

De fato, a crise iniciada pelos problemas com o crédito imobiliário de alto risco, o subprime, prejudicou as bolsas ao redor do mundo. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), chegou a ao patamar dos 48 mil pontos, 10 mil pontos distante do recorde de 58 mil pontos atingido em julho.

Crises anteriores
Em relatório recente, o banco UBS comparou a crise do subprime com as ocorridas em 1987 e em 1998. Três meses depois do colapso de 1987, o índice Dow Jones, o mais acompanhado pelo mercado financeiro, avançou 12% e, em 1998, o índice subiu 16,6%.

"Colocando em perspectiva, apesar desses eventos parecerem dramáticos, os investidores de longo prazo com um horizonte de investimentos de vários anos praticamente não sentirão o impacto, em nossa opinião", afirmou o UBS em relatório.

Para momentos incertos como este, o banco UBS dá uma importante dica. A norma dos 3 Ds: diversificar, diversificar e diversificar. "Em épocas de crise no mercado acionário, os títulos de boa qualidade tendem a ter um melhor desempenho, estabilizando assim o valor total da carteira", sugerem os analistas.

Recompensa
Em relatório publicado na última sexta-feira (24), o Citigroup reiterou sua perspectiva de que a correção no mercado acionário latino-americano chegou ao fim, muito embora seja esperada mais volatilidade no curto prazo.

Além disso, mesmo em um horizonte não muito distante, o Citi reafirmou a sua agressiva projeção de 70 mil pontos para o Ibovespa ao final da metade de 2008. Ou seja, menos de um ano no horizonte.

Segundo a LCA Consultores, a economia mundial deve superar as turbulências e seguir com viés positivo para os próximos anos. "(...) reafirmamos perspectiva de que, conquanto sujeito a períodos mais freqüentes de estresse, o ambiente internacional continuará a evoluir de maneira relativamente benigna ao longo dos próximos anos".

Momento de compra
Se o panorama para os próximos anos segue positivo, o momento atual de estresse dos mercados pode ser um momento interessante para a entrada no mercado de ações, já que muitas ações foram penalizadas durante a crise e, agora, estão mais baratas.

Para Délio Orlando, diretor da Adviser Asset Management, pensando em um horizonte de três a cinco anos, as perspectivas ainda são positivas. "Se a intenção é de fazer uma poupança, o investimento também é uma boa", avalia.

Segundo o especialista, uma boa estratégia seria alocar um terço do patrimônio total em investimentos na Bolsa.

Fonte: InfoMoney

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