As notícias estampadas nos jornais, sem dúvida, afastam os investidores que planejavam alocar parte dos seus recursos em renda variável, deixando o investimento para ser realizado em outro momento.
De fato, a crise iniciada pelos problemas com o crédito imobiliário de alto risco, o subprime, prejudicou as bolsas ao redor do mundo. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), chegou a ao patamar dos 48 mil pontos, 10 mil pontos distante do recorde de 58 mil pontos atingido em julho.
Crises anteriores
Em relatório recente, o banco UBS comparou a crise do subprime com as ocorridas em 1987 e em 1998. Três meses depois do colapso de 1987, o índice Dow Jones, o mais acompanhado pelo mercado financeiro, avançou 12% e, em 1998, o índice subiu 16,6%.
"Colocando em perspectiva, apesar desses eventos parecerem dramáticos, os investidores de longo prazo com um horizonte de investimentos de vários anos praticamente não sentirão o impacto, em nossa opinião", afirmou o UBS em relatório.
Para momentos incertos como este, o banco UBS dá uma importante dica. A norma dos 3 Ds: diversificar, diversificar e diversificar. "Em épocas de crise no mercado acionário, os títulos de boa qualidade tendem a ter um melhor desempenho, estabilizando assim o valor total da carteira", sugerem os analistas.
Recompensa
Em relatório publicado na última sexta-feira (24), o Citigroup reiterou sua perspectiva de que a correção no mercado acionário latino-americano chegou ao fim, muito embora seja esperada mais volatilidade no curto prazo.
Além disso, mesmo em um horizonte não muito distante, o Citi reafirmou a sua agressiva projeção de 70 mil pontos para o Ibovespa ao final da metade de 2008. Ou seja, menos de um ano no horizonte.
Segundo a LCA Consultores, a economia mundial deve superar as turbulências e seguir com viés positivo para os próximos anos. "(...) reafirmamos perspectiva de que, conquanto sujeito a períodos mais freqüentes de estresse, o ambiente internacional continuará a evoluir de maneira relativamente benigna ao longo dos próximos anos".
Momento de compra
Se o panorama para os próximos anos segue positivo, o momento atual de estresse dos mercados pode ser um momento interessante para a entrada no mercado de ações, já que muitas ações foram penalizadas durante a crise e, agora, estão mais baratas.
Para Délio Orlando, diretor da Adviser Asset Management, pensando em um horizonte de três a cinco anos, as perspectivas ainda são positivas. "Se a intenção é de fazer uma poupança, o investimento também é uma boa", avalia.
Segundo o especialista, uma boa estratégia seria alocar um terço do patrimônio total em investimentos na Bolsa.
Fonte: InfoMoney
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