30/08/2007

Financiamento de imóveis: confira impacto das novas regras da CEF no seu bolso

Futuros mutuários da Caixa Econômica Federal terão prazo maior para pagar seus imóveis, com menor taxa de administração, segundo informações anunciadas na terça-feira (28). De acordo com o economista Miguel de Oliveira, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) a medida, apesar de benéfica ao consumidor, vai aumentar o valor do financiamento.

Isso porque, da mesma forma que as mudanças trarão redução das taxas de juros e alongamento dos prazos, o que faz com que as parcelas caibam no bolso do mutuário, é importante destacar que o consumidor terá que arcar com um custo final maior. "Quanto maior o prazo, menor será a prestação mensal, mas igualmente mais caro ficará o imóvel por conta de uma quantidade maior de juros a pagar", disse.

Com a mudança, o prazo máximo de financiamento passa de 20 para 30 anos. Além disso, a taxa de administração passará de R$ 25,00 para R$ 21,43, a partir de 1º de setembro, e o prêmio mensal de seguros já sofreu uma redução média de 35%.

Na ponta do lápis
Para demonstrar o efeito real destas medidas e exemplificar como as mudanças podem interferir no bolso do consumidor, a Anefac fez algumas simulações de financiamentos, as quais consideram prazos de 20 e 30 anos, 70% do valor do imóvel financiado, taxas de juros atuais e novas, pagamento em carnê e em débito e folha de pagamento, além de sistema de amortização SACRE.

Na tabela abaixo, verifica-se que, num imóvel de R$ 130 mil - com R$ 91 mil financiados a uma taxa de juros de 10% ao ano mais TR -, quando o consumidor opta pelo prazo maior, há redução de 11,10% (R$ 126,39) no valor da primeira parcela frente ao mesmo financiamento de 20 anos. O valor final, porém, sobe 19,21%, ou R$ 39.499,43.

Prestação Em 20 anos Em 30 anos Variações
1ª prestação R$ 1.138,44 R$ 1.012,05 -11,10%
Última prestação R$ 487,60 R$ 373,71 -23,36%
Total R$ 205.631,38 R$ 245.130,81 +19,21

Formas de pagamento
De acordo com o economista da Anefac, se o pagamento for feito via débito em conta corrente ou folha de pagamento - crédito consignado -, o consumidor terá uma economia de R$ 15.122,89, ou 6,17% no custo final, frente ao pagamento feito com carnê, quando a taxa de juros é de 10% mais TR. Para débito em conta ou consignado a taxa é de 9% mais TR.

Prestação Em 30 anos/carnê Em 30 anos/débito ou consignado Variações
1ª prestação R$ 1.012,05 R$ 936,12 -7,50%
Última prestação R$ 373,71 R$ 376,65 +0,79%
Total R$ 245.130,81 R$ 230.007,92 -6,17%

O economista disse ainda que deve-se levar em consideração que o mercado está sofrendo reduções freqüentes, devido às constantes quedas da taxa básica de juros (Selic). Por este motivo, ele indica, para quem puder, que espere até o próximo ano para comprar um imóvel.

"Quem adquirir um imóvel agora pagará a mesma taxa até o final do financiamento. Mas quem adquirir no ano que vem, poderá pagar menos", afirmou.

Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário: