14/08/2007

Bovespa inverte o sentido e caminha para sua quarta queda seguida

O balanço trimestral de empresas norte-americanas como Wal-Mart e Home Depot (esta ligada ao setor imobiliário) decepcionou investidores nesta terça-feira e fez as Bolsas de Nova York caírem, levando consigo os principais mercados de ações do mundo.

No Brasil, as notícias vindas dos Estados Unidos esfriaram a expectativa com relação à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que operava em alta no começo da manhã. Nos últimos três pregões, o mercado paulista acumulou baixa de 5,08%.

Às 13h40, o Ibovespa, principal índice de ações do país, caía 1,14%, a 51.834 pontos. Durante a manhã, chegou a registrar alta de 0,97%. O dólar faz o caminho inverso e registra >forte alta, tendo superado R$ 1,98 por volta das 12h.

A atuação mais branda dos bancos centrais ontem havia sido interpretada como um sinal de que a situação dos mercados melhorou, o que vinha puxando as ações da européias e brasileiras para cima.

Ainda, dados positivos sobre a balança comercial e a inflação dos Estados Unidos alimentavam o clima de trégua nos mercados de ações.

Decepção
A interrupção da alta veio com a notícia de que o lucro do maior varejista do mundo, a rede Wal-Mart, obteve lucro abaixo do esperado e ainda reduziu a previsão de ganhos para este ano. As ações da empresa, no começo dos negócios, caíam cerca de 5%.

A Home Depot, maior rede varejista de produtos para casa, informou que suas vendas caíram pela primeira vez em quatro anos devido à desaceleração do mercado imobiliário norte-americano.

As ações da Home Depot recuavam menos que as da Wal-Mart, apenas 1,7%. Mas, por estar ligada ao setor de imóveis, epicentro da atual onda de turbulências em Nova York e no mundo, tem um efeito considerável sobre o restante das Bolsas.

O Citigroup também é observado de perto por investidores. Uma analista calcula que a turbulência pode custar US$ 1 bilhão à companhia.

Posição dos BCs
O Banco Central Europeu injetou mais US$ 34 bilhões no mercado local nesta terça-feira. Desde a quinta-feira 9, quando o banco francês BNP Paribas impediu que seus clientes fizessem saques de três de seus fundos, o BCE já colocou nos mercados US$ 312,5 bilhões.

Já o Banco do Japão, que também vinha aportando recursos na economia de seu país, fez o caminho inverso nesta terça-feira e retirou do mercado os US$ 13,5 bilhões que havia posto em circulação desde sexta-feira.

A atuação dos bancos centrais do mundo para conter a crise tem sido menor desde ontem, o que é interpretado como um sinal tranquilizador para os investidores.

Dados positivos
Nos Estados Unidos, foi divulgado que a inflação ao produtor subiu 0,6% em julho, bem acima do 0,1% previsto por analistas. No entanto, o núcleo do índice, que costuma influenciar mais o mercado financeiro, registrou alta de apenas 0,1%, abaixo do 0,2% esperado.

Também contribui para amenizar o pessimismo que tomou conta dos mercados desde a última quinta-feira a informação de que o déficit comercial dos Estados Unidos caiu de US$ 60 bilhões em maio para US$ 58,1 bilhões em junho. O número surpreende positivamente analistas, que estimavam um saldo negativo de US$ 61 bilhões no sexto mês do ano.

OTIMISMO EM MÉDIO PRAZO
A turbulência das Bolsas de Valores assusta, mas não deve preocupar quem espera retorno de médio ou longo prazo, dizem analistas. Saiba como o investidor novato pode tirar lições a partir da atual crise e compare os fundos de ações que mais renderam no ano e aqueles que sofreram com a volatilidade dos últimos dias

Fonte: UOL Economia

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