31/08/2007

Animado, mercado espera Bush e Bernanke em dia cheio de indicadores de peso

Essa sexta-feira promete. E muito. A semana termina com nada menos do que um discurso de Bernanke, presidente do Federal Reserve, sobre o mercado imobiliário e a política monetária, dados do PCE, uma das medidas de inflação preferidas pelo Fed, e, para arredondar, George W. Bush.

Isso é, em meio à crise do subprime, ninguém menos do que o presidente dos EUA poderá entrar em cena para evitar que a inadimplência no segmento de hipotecas de segunda linha, literalmente, expulse os tomadores de suas casas. Segundo fortes rumores, Bush deve anunciar as medidas nesta sexta-feira.

A notícia inspira grande animação nesta manhã e os mercados futuros dos EUA indicam abertura em forte alta para Wall Street. Eufóricas, as bolsas européias operam no campo positivo em um movimento liderado por mineradoras e exportadoras.

No mesmo sentido, os preços do petróleo avançam tanto em Londres como em Nova York e, na Ásia, a notícia também trouxe bom humor e o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou em alta de 2,6%.

O que pode ser o plano
Segundo rumores, a medida se dará através do Federal Housing Administration, que garante empréstimos a tomadores de baixa e média renda. O órgão deverá garantir empréstimos aos inadimplentes, evitando, assim, que suas hipotecas sejam executadas, e permitindo refinanciamento a taxas mais favoráveis.

Os beneficiários da medida serão inadimplentes que estão há pelo menos 90 dias atrasados. Ademais, Bush ainda deverá propor uma redução dos impostos para donos de imóveis que realizarem refinanciamento.

Sem esquecer de Bernanke e agenda
As expectativas pelas palavras de Bush não são o único destaque do dia, já que às 11h00, horário de Brasília, Ben Bernanke vai falar sobre o assunto mais delicado dos últimos dias. O discurso do chairman é aguardado com ansiedade porque o clima mais ameno dos últimos pregões tem como base apostas de que a taxa básica de juro dos EUA será cortada em breve, mais especificamente, na reunião de 18 de setembro.

Sendo assim, também é preciso levar em conta a possibilidade de Bernanke decepcionar os investidores e, com isso, esfriar um pouco a animação recente dos mercados. Não bastasse a agenda de discursos, a de indicadores também não fica atrás. Confira os detalhes:

Indicadores internacionais Horário de Brasília Referência Anterior Expectativa
Renda Individual dos Cidadãos (EUA) 9h30 Julho 0,4% 0,3%
Gastos com Bens e Serviços (EUA) 9h30 Julho 0,1% 0,4%
Núcleo do PCE (EUA) 9h30 Julho 0,1% 0,2%
Nível de Atividade Industrial(EUA) 10h45 Agosto 53 pontos 53,4 pontos
Volume de Pedidos à Indústria(EUA) 11h00 Julho 0,6% 0,9%
Confiança do Consumidor (EUA) 11h00 Agosto 83,3 pontos 84 pontos
Discurso de Ben Bernanke - Fed(EUA) 11h00 - - -


Disputando atenção
Segundo analistas do UBS, o Michigan Sentiment ganhará importância adicional porque é o primeiro desde o aprofundamento da crise no mercado de crédito e pode sinalizar até que ponto o consumo das famílias pode ser penalizado pelo cenário turbulento.

Todavia, um PCE muito acima do esperado também pode mexer bastante com o humor dos mercados porque seria interpretado como um obstáculo a um corte na Fed Funds Rate. Aliado a um discurso mais conservador de Bernanke, o número pode impelir forte nervosismo aos mercados globais e, pelo menos, neutralizar parte do otimismo com o discurso (esperado) de Bush.

Internamente, a agenda econômica é fraca e, com um cenário externo tão rico em eventos e números de peso, os mercados de câmbio e juros futuros, assim como o Ibovespa, deverão acompanhar os desdobramentos internacionais.

Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário: