08/08/2007

CVM barra negócios com ações da Suzano

Dois investidores tiveram as contas bloqueadas ontem por suspeita de terem negociado com informação privilegiada as ações preferenciais da Suzano Petroquímica, adquirida na sexta-feira pela Petrobras. O lucro das operações dos investidores, um deles pessoa física local e outro sociedade estrangeira, seria superior a R$ 1,520 milhão. O bloqueio foi determinado ontem por liminar obtida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Ministério Público Federal. As identidades dos envolvidos estão sob sigilo de Justiça.

Segundo comunicado da CVM, o investidor pessoa física fez duas operações distintas, uma no mercado à vista, que gerou lucro superior a R$ 300 mil, e outra no mercado a termo, cujo ganho seria de cerca de R$ 520 mil. Ele comprou ações na manhã do próprio dia do anúncio da aquisição, na sexta-feira, e vendeu no mesmo dia, à tarde, após a reabertura das operações no pregão com os papéis da Suzano, cujas negociações foram suspensas por mais de três horas, até que a companhia divulgasse o fato relevante.

Este mesmo investidor também tinha comprado ações da companhia a termo. Esta operação levaria a um lucro de R$ 520 mil, se levado em conta o preço oferecido na oferta de ? tag along ? prevista na operação. " Desde o início de 2007, esse investidor não havia negociado com as ações da Suzano Petroquímica " , diz a nota da autarquia.

Já o investidor estrangeiro que teve os ativos bloqueados é uma sociedade sediada no exterior e adquiriu as ações no dia 23 de julho e vendeu toda a posição na última sexta, após reabertura dos negócios, contabilizando ganho de mais de R$ 700 mil. Também este investidor não tinha negociado os papéis da Suzano este ano, segundo levantou a autarquia.

A Petrobras adquiriu a Suzano por R$ 2,7 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões pagos aos controladores e o restante seria o valor a ser desembolsado para pagar os minoritários detentores de PN. A Suzano está listada no nível 2 da Bovespa e prevê ? tag along ? (direito de venda conjunta) de 80% para as ações preferenciais.

É a segunda vez que a autarquia bloqueia ativos de investidores por suspeita de informação privilegiada. A primeira vez que se lançou mão dessa medida foi em março, após o anúncio da compra das empresas do grupo Ipiranga pelo consórcio formado pela Braskem, Petrobras e Ultra. Na ocasião foram bloqueados recursos totais, incluídos os lucros, de mais de R$ 5 milhões, de quatro investidores que teriam negociado ações das empresas do grupo Ipiranga com informação privilegiada.

A liminar envolvendo os investidores que compraram ações PN da Suzano Petroquímica foi concedida pela juíza federal da 23ª Vara do Rio de Janeiro. A exemplo do que ocorreu com no caso da Ipiranga, o bloqueio foi possível porque as liquidações finais das operações no mercado de ações levam três dias para ocorrer.

Fonte: UOL Economia

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