27/08/2007

Discurso de Bernanke coroa semana de agenda cheia

A semana conta com uma série de eventos importantes de atividade e inflação nos Estados Unidos, além de discursos dos chefes dos bancos centrais norte-americano e da zona do euro, que investidores esperam que dêem sinais sobre o rumo da política monetária de seus países.

Depois de muita volatilidade nas últimas semanas em cima das incertezas sobre a extensão dos problemas gerados pela crise do setor imobiliário norte-americano, o mercado vai atualizar suas projeções econômicas e ficará especialmente atento a qualquer número que ajude a quantificar o impacto da crise.

A agenda desta segunda-feira inclui vendas de moradias usadas nos Estados Unidos e discurso do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet.

Na terça-feira o destaque fica por conta da ata da última reunião do Federal Reserve e dos dados de confiança do consumidor norte-americano. O encontro do Fomc aconteceu em 7 de agosto, quando a turbulência já tinha começado, mas ainda não tinha atingido seu auge.

A recente turbulência fez investidores apostarem em um corte do juro norte-americano na reunião de setembro ou antes e a expectativa é que a ata ajude a balizar esta aposta.

Na quarta-feira, a agenda externa faz uma pausa e os principais eventos são IGP-M e o resultado consolidado das contas públicas no Brasil.

Quinta e sexta são os dias mais agitados: têm PIB dos EUA, reunião mensal do Conselho Monetário Nacional (CMN), relatório do PCE --uma das medidas de inflação preferidas do Fed--, encomendas da indústria norte-americana e discurso de Ben Bernanke.

O chairman do banco central norte-americano participa no fim da manhã de sexta-feira de um simpósio sobre "Moradia e Política Monetária" e sessão de perguntas e respostas está prevista.

Segundo analistas, ele deve mencionar a extensão dos problemas de crédito imobiliário de risco para o mercado financeiro e provavelmente dará uma idéia sobre se isso está mudando a perspectiva do Fed em relação à economia.

"Ele (Bernanke) tentará evitar cortar o juro. Ele é movido por dados", disse Doug Roberts, estrategista-chefe de investimentos da Channes Capital Research, em New Jersey.

"Haverá muita volatilidade essa semana."

Vários analistas, executivos e estudiosos têm alertado no último mês que os Estados Unidos crescerão menos que o esperado por causa da crise.

No Brasil, a possibilidade também foi aventada, embora o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central garantam que o país crescerá como previsto. A mais recente previsão do BC estima avanço de 4,7% da economia brasileira em 2007.

Veja como encerraram os principais mercados na sexta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a R$ 1,94, em baixa de 2,26%. O volume no segmento interbancário foi de US$ 1,968 bilhão.

BOLSA

O Ibovespa subiu 2,22%, a 52.997 pontos. No acumulado da semana, a alta superou 9%. O volume financeiro na bolsa foi de R$ 4,3 bilhões.

ADRs BRASILEIROS

O índice de principais ADRs brasileiros fechou em alta de 3,77%, aos 28.088 pontos.

JUROS

A maioria dos contratos de depósito interfinanceiro (DI) caiu na Bolsa de Mercadorias & Futuros. O DI janeiro de 2009 recuou a 11,63%, enquanto o DI janeiro de 2010 ficou em 11,85%.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subiu para 131,688% do valor de face no final da tarde, oferecendo rendimento de 5,947% ao ano.

RISCO-PAÍS

No final da tarde, o risco Brasil recuou 7 pontos, para 200 pontos-básicos. O EMBI+ estava em 228 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones subiu 1,08%, para 13.378 pontos. O Nasdaq avançou 1,38%, a 2.576 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 1,5%, para 1.479 pontos.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subiu e o rendimento caiu a 4,62% no final da tarde, frente aos 4,66% de quinta-feira.

Fonte: UOL Economia

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