06/08/2007

Bovespa segue em queda, apesar de alta das Bolsas dos EUA; dólar sobe

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue em baixa nesta segunda-feira, mesmo com os mercados norte-americanos de ações em leve alta.

As notícias que aumentam as preocupações com o crédito nos Estados Unidos continuam sendo a principal explicação para a queda na Bolsa paulista. Mas a baixa das ações da Petrobras, devido à queda do preço do petróleo, contribui para o recuo do principal índice do mercado brasileiro, o Ibovespa.

Às 15h35, o índice tinha baixa de 1,02%, a 52.305 pontos (veja gráfico com atualização permanente). Até o começo da tarde, a queda era bem maior, chegando a atingir 51.317 pontos, um recuo de 2,89%. O dólar, também às 15h35, subia 0,42%, cotado a R$ 1,910 na venda.

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Arte UOL
Infográfico mostra como a crise dos imóveis nos EUA interfere no resto do mundo. Veja
Nos Estados Unidos, os principais mercados de ações operavam em alta por volta das 15h20. Na maior parte do dia, o índice Dow Jones, referência das Bolsas de Nova York, vem operando em alta. O Nasdaq, que reúne empresas ligadas à alta tecnologia, vem variando entre o nível positivo e o negativo.

A alta norte-americana é puxada por ações de grandes empresas, como a Altria, que detém a fabricante de cigarros Philip Morris. O motivo é que alguns investidores, ao mesmo tempo em que vendem papéis de empresas ligadas ao setor de crédito, não associam essa turbulência setorial ao restante da Bolsa.

"As más notícias no setor financeiro ainda não acabaram. Haverá provavelmente mais notícias ruins e turbulência para enfrentar. As pessoas estão se mudando para empresas globais com crescimento sólido", afirma Jim Awad, presidente do W.P. Stewart & Co, em Nova York.

Na Europa, o principal índice de ações fechou no seu menor valor em quatro meses, influenciado pelos problemas nos EUA. Na Ásia, os mercados fecharam em queda nesta segunda-feira.

Crédito
A American Home Mortgage Investment, uma das maiores fornecedoras independentes de empréstimos residenciais de baixo ou médio risco nos Estados Unidos, declarou-se hoje em quebra ao não poder cumprir as obrigações pendentes, de mais de US$ 100 milhões, com cerca de 100 mil credores.

Na manhã desta segunda, as ações da empresa chegaram a cair 36,69%, depois de já terem se desvalorizado 48% da última sexta-feira. A empresa atua oferecendo crédito a clientes que têm bom histórico de pagamento de dívida, mas que e não conseguem alcançar créditos preferenciais em instituições financeiras.

Em decorrência dos problemas no ramo de crédito, aumentaram os custos de seguros da Countrywide Financial maior empresa de hipotecas dos Estados Unidos, e de corretoras norte-americanas.

Ainda, o Credit Suisse reduziu sua posição em ações de países emergentes para 10%, ante 30% anteriormente, afirmando que esses papéis tornaram-se muito caros. No entanto, afirmou que "ainda acha que em alguns países estão baratos", como Brasil, Coréia e Tailândia.

Agenda
Amanhã, o banco central dos Estados Unidos decidirá o rumo da taxa básica de juros. Analistas prevêem que ela seja mantida em 5,25% ao ano. A expectativa sobe o juro ajuda a puxar para cima as Bolsas de Nova York.

No Brasil, a pesquisa Focus, que o Banco Central realiza semanalmente com cerca de cem instituições financeiras, afirma que analistas de mercado elevaram a previsão de crescimento do PIB, mas também a de inflação.

A balança comercial abriu o mês de agosto com superávit de US$ 370 milhões, em semana com apenas três dias úteis.

A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou que a produção de veículos no Brasil cresceu 20% em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado.

Fonte: UOL Economia

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