Problemas no mercado de hipotecas dos Estados Unidos voltaram a preocupar investidores e fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencar mais de 3%.
Às 13h, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caía 2,04%, a 54.114 pontos. Por volta das 10h30, chegou a operar em baixa de 3,42%. O dólar fazia o caminho inverso e avançava 1,64% às 12h50, cotado a R$ 1,91 na venda. Ontem, a Bolsa fechou em forte alta de 2,67%, enquanto o câmbio caiu 1,1%, a R$ 1,886.
Nesta quinta, o banco BNP Paribas anunciou que impediu seus clientes de fazerem saques em alguns de seus fundos. O dinheiro bloqueado soma US$ 2,2 bilhões.
A notícia realimentou a preocupação dos investidores, que haviam se acalmado desde que o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), anteontem, deu declarações relativamente otimistas sobre a crise do crédito.
Os mercados de ações operam em forte queda também nos Estados Unidos e na Europa. Na Ásia, onde os negócios encerraram-se antes da notícia do BNP Paribas, as Bolsas tiveram alta.
Analista prevê recessão
"Com a deterioração no mercado imobiliário, desaparece o que tem sido a fonte de crédito que vem alimentando o consumo e acreditamos que entraremos numa recessão antes do final do ano", afirmou Gary Shilling, presidente da empresa de análise de investimento A. Gary Shilling & Co, de Springfield, Nova Jersey.
A preocupação com o crédito faz as empresas financeiras contribuírem para a forte queda da Bolsa nesta quinta-feira. Ontem, esse setor foi justamente um dos que motivaram a alta dos mercados de ações.
"É reflexo ainda do mercado imobiliário norte-americano. A gente não consegue mensurar o alcance dos problemas", resumiu Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.
Fonte: UOL Economia
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