20/08/2007

Bovespa fecha em alta de 1,33%, mesmo com instabilidade nos EUA

A instabilidade dos mercados de ações nos Estados Unidos nesta segunda-feira não impediu que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operasse em alta durante todo o dia e encerrasse os negócios com ganho de 1,33%, a 49.206 pontos.

Com o fechamento de hoje, o Ibovespa, principal índice de ações do país, completa dois dias de valorização, após registrar seis baixas seguidas desde 9 de agosto. Entre aquela data e esta segunda-feira, a Bolsa brasileira acumula queda de 10,9%. Só na semana passada, a baixa foi de 7,75%.

Hoje, a empresa norte-americana de crédito imobiliário Thornburg Mortgage anunciou que venderá ativos no valor de US$ 20,5 bilhões, devido às "condições sem precedentes que reinam no mercado de hipotecas".

A informação contribuiu para deixar investidores cautelosos. Antes da notícia, as Bolsas dos Estados Unidos operavam em alta.

O mercado ainda repercutia a medida de sexta-feira do Federal Reserve (o banco central norte-americano), de baixar de 6,25% para 5,75% a taxa de empréstimos emergenciais para bancos comerciais. Isso aumentou a expectativa de que a taxa básica de juros da economia daquele país, hoje em 5,25% ao ano, sofra uma redução.

Ainda, a decisão de injetar US$ 3,5 bilhões no mercado nesta segunda contribuiu positivamente para as Bolsas. Pela quantia, a medida é considerada rotineira, mas, somando com o socorro que vem sendo feito desde 9 de agosto, a ajuda já atingiu quase US$ 100 bilhões.

Apesar das atuações do Fed, os investidores ficaram hesitantes, provocando instabilidade nos mercados de Nova York, onde os principais índices de ações abriram em alta, passaram a cair, e voltaram a subir, fechando em nível positivo.

Na Ásia e na Europa, as Bolsas também fecharam em alta.

A turbulência nos mercados ocorre porque os investidores ainda não conseguiram mensurar o tamanho da crise no setor de crédito imobiliário dos Estados Unidos. Um dado estatístico que deve fornecer uma pista sobre essa crise é a pesquisa sobre vendas de novas moradias no mês de julho, que será divulgada na sexta-feira 24.

Economia real
Apesar da forte turbulência dos mercados mundiais na semana passada, analistas de mercado não baixaram suas previsões para o crescimento econômico, para a expansão da produção industrial e para o saldo da balança comercial no Brasil.

Economistas chegaram a elevar levemente a previsão de alta do PIB (produto interno bruto). Levantamento divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, com cerca de cem instituições financeiras que atuam no país, mostram uma expectativa de que a economia cresça 4,62% neste ano. Uma semana antes, a previsão era de 4,6%. Mas as previsões sobre inflação e câmbio também subiram, segundo a pesquisa do BC.

BC australiano
Na Austrália, o banco central local injetou nesta segunda-feira mais recursos no sistema bancário, para conter a pressão de alta sobre algumas taxas de juros de curto prazo.

Em sua operação diária no mercado aberto, a instituição colocou 3,34 bilhões de dólares australianos (US$ 2,67 bilhões) em dinheiro no sistema.

Na sexta-feira, a injeção havia sido de 3,87 bilhões de dólares australianos. A média diária da semana passada foi de 2,55 bilhões de dólares australianos.

Na quinta-feira 16, o banco Rams Home Loan, da Austrália, se disse incapaz de refinanciar uma dívida de US$ 6,2 bilhões.

Fonte: UOL Economia

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