Todas as perdas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o início de agosto podem ser anuladas no pregão de hoje, que vai registrando forte alta. Mas a recuperação não chega ao ápice do mês de julho, quando, dias antes da onda de turbulências, as ações brasileiras operavam na casa dos 58 mil pontos.
Três notícias fomentam o apetite dos investidores em ações: o anúncio do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de uma série de medidas para ajudar os norte-americanos a pagarem suas dívidas imobiliárias, o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) e uma pesquisa de preços mostrando inflação abaixo do esperado nos EUA.
Às 16h10, o Ibovespa, principal índice da Bolsa nacional, avançava 3,42%, a 54.663 pontos (veja gráfico com atualização constante).
Se fechar nessa pontuação, ficará acima do patamar registrado na abertura de 1º de agosto (54.182 pontos). O dólar fazia o caminho inverso e, minutos antes, recuava 0,61%, sendo vendido por R$ 1,963.
A expectativa em relação às medidas de Bush contribuiu também para a alta dos mercados asiáticos, que atingiram nesta sexta o maior nível em três semanas.
As Bolsas na Europa também se beneficiaram e fecharam em nível positivo nesta sexta-feira, depois que Bush anunciou as medidas para enfrentar a crise.
A inadimplência no setor de financiamento imobiliário, particularmente envolvendo os empréstimos para consumidores sem bom histórico de pagamentos de dívidas (o chamado crédito "subprime", de segunda linha), desencadeou a atual onda de turbulências nas Bolsas do mundo. As medidas de Bush têm o objetivo de atacar esse problema.
Declarações de Bernanke
Em esperado discurso, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que a instituição está de olho na crise.
Se as condições atuais persistirem nos mercados de hipotecas, a demanda por casas nos Estados Unidos pode ficar ainda mais debilitada, com possíveis implicações para a economia como um todo, afirmou Bernanke.
Ele discursou numa conferência anual do banco e comentou que o desaquecimento no setor imobiliário americano, que começou em meados de 2005, é significativo. "As vendas de casas novas e antigas têm caído expressivamente desde os picos vistos na metade de 2005 e permanecem baixas nos meses recentes", declarou.
A notícia de inflação menor que o esperado contribuiu para animar os investidores que apostam na queda do juro americano. O núcleo do índice de preços relacionados aos gastos do consumidor nos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês) subiu apenas 0,1% em julho. Analistas esperavam alta de 0,2%. Se viesse acima do esperado, seria um argumento a mais contra a queda do juro.
Fonte: UOL Economia
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