13/08/2007

Aumente exposição em ações ligadas à renda interna e ao crédito maior, sugere banco

Em meio a riscos importantes no cenário externo, reduza sua exposição a ações de empresas cujas receitas dependam da demanda asiática, e incremente em seu portfólio a participação de papéis beneficiários do crescimento da renda interna e do crédito ao consumo.

Esta é a principal mensagem extraída de relatório publicado nesta quinta-feira (9) pelo banco de investimentos Bear Stearns, no qual uma série de riscos do ambiente internacional é levantada, embora ainda haja otimismo quanto ao comportamento da renda variável brasileira como um todo.

Riscos lá fora

Como fatores apontando para um enfraquecimento nas contas externas brasileiras no médio prazo, o Bear Stearns lembra do provável aperto monetário a ser desenvolvido pela China num futuro próximo, visando uma moderação do investimento em capital fixo.

Isso representaria uma pressão para baixo nos preços e no volume de commodities, com peso importante na pauta de exportações do País, salientam os analistas.

Um segundo aspecto abordado refere-se à possibilidade de aumento das taxas de juros em nível mundial, associado à decisão do Federal Reserve de manter a inflação como sua principal fonte de preocupação mesmo diante das dificuldades do crédito imobiliário.

Alta do dólar?

À luz deste quadro, mesmo não esperando implicações diretas sobre os fundamentos da economia brasileira, o banco de investimentos julga que o Banco Central pode utilizar as recentes turbulências no mercado financeiro para renovar sua política de acumulação de reservas, como uma maneira de ampliar seu "seguro" contra eventuais crises de liquidez.

O desencadeamento das questões seria uma eventual valorização do dólar, deixando em segundo plano os efeitos sobre as contas externas da manutenção de preços elevados das commodities.

Menor exposição

Sendo assim, ainda que o Bear Stearns mostre otimismo em torno dos papéis de empresas ligadas a commodities não-metálicas - como OHL Brasil, ALL e Banco do Brasil (ligado ao crédito agrícola) - e mesmo da Petrobras, seus analistas sugerem um menor posicionamento em ações de companhias dependentes da força da demanda asiática, entre as quais incluem-se Aracruz, Vale do Rio Doce, Gerdau, Embraer, Suzano e Weg.

Como resultado, a preferência do banco no Brasil é por ações que se beneficiem da tendência positiva de crescimento da renda e do crédito, incluindo seguradoras de carros (Porto Seguro), bancos (Banco do Brasil), produtoras de aços planos (Usiminas) e de autopeças (Metal Leve), fabricantes de produtos para construção civil (Duratex) e varejistas (Lojas Renner).

Fonte: UOL Economia

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