05/08/2011

Destaques Bovespa - 05/08/2011

Seguindo a esteira do pessimismo dos principais mercados globais, o Ibovespa fechou o dia com a maior queda desde 21 de novembro de 2008. O índice encerrou o dia com queda de 5,72%, retrocedendo aos 52.811 pontos, menor nível desde 17 de julho de 2009, com forte giro financeiro de R$ 9,6 bilhões.

 

Durante a tarde, o ministro Guido Mantega tentou minimizar o movimento de venda, afirmando que a economia brasileira está preparada para mais uma crise. De acordo com o ministro, "o Brasil enfrentará a crise com o mínimo de danos para a economia", contudo, o discurso não diminuiu o pânico dos investidores.

 

Entre as blue chips, os papéis da Petrobrás ON e PN encerraram o dia com queda de 7% e 7,36%. A Vale ON e PN também fecharam o dia em forte baixa, com desvalorizações de 5,77% e 5,39%.


Os investidores estrangeiros ingressaram no dia 02 de agosto, terça-feira, R$ 17,43 milhões na Bovespa, quando o índice fechou em queda de 0,49%. No mês de agosto, o saldo acumulado de recursos estrangeiros está positivo em R$ 133,14 milhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros estão positivos em R$ 421,99 milhões. Já os investidores Pessoa Física ingressaram, no dia 02 de agosto, R$ 33,36 milhões na Bovespa. No mês de agosto, o saldo está positivo em R$ 141,91 milhões. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física está negativo em R$ 4,465 bilhões.

 

Mercados mundiais e locais aguardando os dados do payroll serem divulgados antes da abertura dos negócios. Qualquer número acima do esperado trará uma reação bastante positiva para os mercados, e caso a criação de empregos venha abaixo de 50 mil, o mercado espera criação de 85 mil, será bastante negativo para o sentimento, e a possibilidade de uma nova recessão aumentará. Além disso por aqui os investidores também terão que lidar com os dados do IPCA de julho, com esperado de alta em 0,18% na comparação mensal. Os operadores de DI já precificam que o governo irá reduzir 0,25% na taxa Selic em dezembro, muito por conta do efeito da crise externa sobre as economias.  

B2W – A companhia divulgou ontem (04/08), após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que vieram abaixo das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 982,6 milhões, crescimento de 3,02% em relação ao mesmo período do ano passado,  2,98% acima do trimestre anterior, 4,37% menor que as expectativas do mercado, que totalizavam R$ 1027,5 milhões. Já o EBITDA ficou em R$ 120,2 milhões, 1,80% abaixo do resultado do 2T10,  crescimento de 26,13% em relação ao trimestre anterior e praticamente em linha com as expectativas do mercado, que totalizavam R$ 120,1 milhões. Em relação ao lucro líquido divulgado, a B2W registrou mais um trimestre com forte prejuízo de R$ 20,9 milhões, valor 216,7% abaixo do 2T10 e 386% pior que o divulgado no 1T11, frustrando profundamente as expectativas do mercado. A queda no lucro líquido foi impactada fortemente pelo aumento das despesas operacionais , que subiram 346,2% e 277% sobre o valor divulgado no mesmo período do ano anterior e do trimestre passado, respectivamente. De destaque positivo, a B2W reduziu fortemente seu nível de endividamento em relação ao 1T11, atingindo um múltiplo Dív. Liquida/EBITDA de -0,1x contra um valor de 1,5x no trimestre anterior, impactadas pelo aumento dos recebíveis de cartão de crédito de 65% frente ao 1T11, o que foi considerado como caixa pela empresa e reduziu fortemente a alavancagem da companhia. Diante dos fracos resultados informados pela B2W no período, juntamente com a deterioração da rentabilidade de suas operações demonstradas nos últimos trimestre, acreditamos em uma reação negativa para os papéis da companhia no curto prazo.

Fleury – A companhia divulgou ontem, após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, em linhas gerais, vieram abaixo das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 244,6 milhões, crescimento de 12,30% em relação ao mesmo período do ano passado, 6,12% superior ao trimestre anterior e 0,70% abaixo das expectativas do mercado, que totalizavam R$ 246,3 milhões. A expansão da receita foi impulsionada principalmente pelo aumento de 12,4% das Unidades de Atendimento, que respondem por 83% da receita. O EBITDA totalizou R$ 51,6 milhões, 3,37% inferior em relação ao mesmo período do ano passado,  1,98% acima do trimestre anterior, frustrando as expectativas em 10,57% que totalizavam R$ 57,7 milhões. A queda foi gerada pelo aumento dos custos dos serviços prestados que totalizaram 66% neste semestre, aumento de 2,9 p.p na comparação anual e de 4,7 p.p superior em relação ao trimestre anterior. Além disso, houve aumento de R$ 7 milhões nas despesas de marketing relacionadas à nova marca "a+", valor que representou 17,39% das despesas totais neste período. E o lucro líquido divulgado foi de R$ 33,3 milhões, 5,38% superior em relação ao mesmo período do ano passado, 21,53% acima do ultimo trimestre e 15,01% abaixo das expectativas, que totalizavam R$ 39,2 milhões. O destaque negativo ficou para a margem EBITDA, que totalizou 21,1%, queda de 3,42 p.p na comparação anual, 0,86 p.p abaixo do trimestre anterior e 2,33 p.p abaixo das expectativas do mercado. A companhia ainda destacou que após uma extensa pesquisa de mercado, o grupo concluiu o lançamento da marca nacional "a+", consolidando 13 marcas, através do lançamento em 18 de junho de uma intensa campanha de marketing. Em linhas gerais, os números vieram abaixo das expectativas do mercado, devendo ter um impacto negativo sobre os ativos da companhia.  Apesar do sólido crescimento da receita nas bases trimestrais e anuais,  a queda nas margens operacionais nos levam a crer em um desempenho negativo. Aguardaremos o conference call, a ser realizado hoje para maiores detalhes.

Iguatemi – A companhia divulgou ontem (04/08) após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, em linhas gerais vieram acima das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 80,64 milhões, valor 20,90% superior pela comparação anual e 17,07% maior que o apresentado no trimestre anterior, conseguindo superar em 4,2% o valor esperado pelo mercado, que totalizava um montante de R$ 77,39 milhões.  O aumento com o faturamento de aluguel apresentou um forte aumento de 17,7% frente ao 2T10, influenciando positivamente a receita da companhia no trimestre, principalmente motivado pela inauguração do shopping "Iguatemi Alphaville" no 2T11 e a renovação de contratos de aluguel reajustados pela inflação no período. Já o EBITDA ficou em R$ 57,73 milhões, crescimento de 16,20% sobre o mesmo período do ano anterior e forte crescimento de 39,8% comparado ao trimestre passado. A melhora na geração de caixa pela empresa foi impactada pelo swap de terrenos localizados em Ribeirão Preto no 2T11, que contribuíram positivamente em R$ 10,7 milhões, gerando um aumento das despesas financeiras em 95,9% sobre a base do 2T10 e 81,3% superior ao 1T11. Em relação ao lucro líquido, o Iguatemi apresentou um crescimento de 13,95% sobre o 2T10 e um aumento de 36,50% no volume divulgado no trimestre anterior. Esse aumento foi verificado pela melhora no desempenho das vendas nos shoppings, estimulados pelo crescimento na comercialização de jóias e serviços de entretenimento, além disso, a baixa taxa de desocupação de 3,4% nos empreendimentos do Iguatemi ajudou a ampliar as vendas mesmas lojas, que cresceram 11,6% e 10,12% em relação ao 2T10 e ao 1T11 respectivamente. A companhia ainda destacou que pretende alcançar um crescimento de 25% a 30% na receita líquida no ano e uma margem EBITDA entre 70% a 72%, valores superiores aos registrados pela empresa em 2009 e 2010, esperando um crescimento médio da companhia de 27% a.a até 2014. Diante dos sólidos resultados apresentados, acreditamos em um impacto positivo nas ações do Iguatemi.

Multiplus – A empresa publicou ontem (04/08) após o pregão seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, vieram em linha com as expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 285,0 milhões, crescimento de 205% em relação ao mesmo período do ano passado,   8,17% acima do trimestre anterior e levemente acima do esperado pelo mercado. O forte aumento do faturamento pela comparação anual ocorreu principalmente pelo aumento da receita vinda pela venda de pontos e breakage (pontos expirados e não resgatados), apresentando um crescimento de 242,8% e 245% respectivamente.  Já o EBITDA ficou em R$ 81,3 milhões, valor 3,0% maior que o registrado no 2T10 e 8,79% inferior ao atingido pela companhia no trimestre passado, frustrando as expectativas do mercado em 2,19%. A forte queda em relação ao 1T11 ocorreu pela diminuição dos regastes dos pontos promocionais de menor custo da companhia, que variavam entre 10 mil a 20 pontos, elevando os custos unitários dos resgates fora do padrão esperado pela empresa. Em relação ao lucro líquido, a Multiplus atingiu R$ 81,16, valor 250% maior pela comparação anual e 14,5% menor na comparação trimestral. Tal resultado foi impactado pelo forte faturamento líquido da empresa frente ao 2T10 e o gasto com despesas de marketing, que aumentaram mais de 14 vezes se comparado com o mesmo trimestre do ano passado. O destaque positivo ficou para a expansão no número de pontos emitidos pela Multiplus, que atingiu 18,5 milhões de pontos no 2T11, valor 51,4% maior que o mesmo trimestre do ano anterior. Acreditamos em um impacto neutro para as ações da companhia.

Odontoprev – A companhia divulgou ontem, após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, basicamente, vieram marginalmente acima das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 202,3 milhões, crescimento de 21,91% em relação ao mesmo período do ano passado,  4,14% acima do trimestre anterior e superando as expectativas do mercado em 0,40%, que totalizavam R$ 201,4 milhões.

O aumento da receita nas bases anuais e trimestrais foi gerado pelo crescimento do número de beneficiários, que aumentou 19% com relação ao mesmo período do ano anterior e 3% na comparação trimestral, somado ao aumento de 2,6% e 2,1% do ticket médio na comparação anual e trimestral, respectivamente. Já o EBITDA ficou em R$ 53,1 milhões, 48,93% superior ao mesmo período do ano passado,  crescimento de 4,70% com relação ao trimestre anterior, superando as expectativas do mercado em 17,65% que totalizavam R$ 45,1 milhões. O crescimento do EBITDA se deveu a diluição das despesas administrativas, que totalizaram 15,44% da receita líquida neste trimestre, redução de 1,73 p.p na comparação anual e 0,59 p.p abaixo do trimestre anterior. E o lucro líquido divulgado foi de R$ 35,8 milhões, 58,87% superior em relação ao mesmo período do ano passado, 0,13% abaixo do ultimo trimestre, 0,1% abaixo das expectativas, que totalizavam R$ 35,9 milhões. O destaque positivo ficou para a margem EBITDA, que totalizou 26,24%, expansão de 4,76 p.p na comparação anual e 0,14 p.p acima do último trimestre.  A companhia ainda destacou que "Em 04 de agosto, o Conselho de Administração da Companhia aprovou a distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio de 100% do lucro líquido semestral". Além disso, o índice de sinistralidade foi de 48% no 2T11, redução de 1,2p.p na comparação anual e aumento de 2% com relação ao trimestre anterior. Em linhas gerais, os números apresentados vieram marginalmente acima das expectativas do mercado, devendo ter um impacto marginalmente positivo sobre os ativos da companhia. Aguardaremos o conference call, a ser realizado hoje para maiores detalhes.

Lojas Americanas – A companhia divulgou ontem, após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, basicamente vieram em linha com as expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 2,437 bilhões, queda de 12,57% em relação ao mesmo período do ano passado,  crescimento de 8,20% acima do trimestre anterior e 0,56% abaixo das expectativas do mercado que totalizavam R$ 2,451 bilhões. Já o EBITDA ficou em R$ 300 milhões, 18,40% abaixo do mesmo período do ano passado e 7,33% acima do trimestre anterior, superando as expectativas do mercado em 3,69% que totalizavam R$ 289,3 milhões. E o lucro líquido divulgado foi o grande destaque positivo, R$ 43,4 milhões, queda de 0,46% em relação ao mesmo período do ano passado, 30,45% abaixo do ultimo trimestre, superando as expectativas em 14,47%, que totalizavam R$ 37,9 milhões. O destaque positivo ficou para a redução da dívida líquida com relação ao EBITDA, que reduziu de 1 para 0,5 na comparação anual, devido ao aumento das contas a receber de cartão de crédito, impactando positivamente na geração de caixa. Os números apresentados vieram em linha com as expectativas do mercado, não devendo impactar sobre os ativos da companhia. Aguardaremos o conference call, a ser realizado hoje para maiores detalhes.

Fonte: Um Investimentos

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