Destaques Bovespa - 19/08/2011

Mercados Ontem

O Ibovespa fechou o pregão em baixa de 3,52%, aos 53.134 pontos, com mínima de 52.246 pontos, e máxima de 55.037 pontos, totalizando um giro financeiro de R$ 6,93 bilhões.

A bolsa brasileira iniciou a sessão em queda, em função do cenário externo, influenciado pela revisão das projeções de crescimento das principais economias mundiais e pela divulgação de dados macroeconômicos norte-americanos, mas conseguindo recuperar parte das perdas no fim do pregão.

As principais blue chips brasileiras fecharam o dia com fortes perdas, acompanhando a queda dos preços das commodities no mercado internacional. Os papéis ON e PN da Petrobrás apresentaram queda de 3,90% e 2,73%, respectivamente, enquanto que as ações ON e PN da Vale desvalorizaram 5,02% e 4,96%.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros retiraram no dia 16 de agosto, terça-feira, R$ 88,59 milhões na Bovespa, quarto dia consecutivo de retiradas, quando o índice fechou em queda de 0,60%. No mês de agosto, o saldo acumulado de recursos estrangeiros aumentou seu déficit para 343,17 milhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros agora voltaram ao terreno negativo, agora com déficit de R$ 54,32 milhões. Já os investidores Pessoa Física ingressaram, no dia 16 de agosto, R$ 45,17 milhões na Bovespa. Neste mês, após este ingresso, o saldo negativo diminuiu para R$ 444,92 milhões. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física está negativo em R$ 5,052 bilhões.

Mercados Hoje

A nossa bolsa, assim como as demais bolsas mundiais, deverá experimentar mais uma sessão de volatilidade, e sentimento de aversão ao risco. Investidores seguem muito preocupados com a situação econômica dos EUA e Europeia, com novas reduções de crescimento da economia norte-americana, e saúde fiscal dos países da zona do euro.


Mundial – De acordo com o presidente da companhia, Michael Lenn Ceitlin, a forte desaceleração do consumo no mercado brasileiro afetou o desempenho da companhia no 2T11, aumentando o prejuízo de R$ 6 milhões no mesmo período do ano passado para R$ 9,6 milhões no trimestre. A queda das vendas de esmaltes , tesouras e pinças fez com que o faturamento da empresa recuasse 22% pela comparação anual. Além disso, segundo o executivo, a maior estocagem de produtos nos meios de distribuição da companhia gerada por uma expectativa de vendas superiores aos períodos passados, contribuiu em parte, para o aumento de aproximadamente 30% das despesas operacionais da Mundial no 2T11. A companhia ainda possui R$ 288,8 milhões em créditos a receber referentes a venda da fabricante de talheres Hercules, que encontra-se em situação contábil bastante delicada, podendo não ter capital suficiente para saldar esta dívida. As noticias são marginalmente negativa para os papéis da empresa, dado que a maior parte dos efeitos negativos já foram precificados.

Saraiva – De acordo com o jornal "Valor Econômico", a Livraria Saraiva irá diversificar seu portfólio de produtos pela Internet e passará a vender artigos esportivos e seguro educação através de sua loja on-line. A venda de artigos esportivos começará dentro de um mês, através de uma parceria com a Netshoes, líder em e-commerce esportivo. Já o seguro educação, que consiste na cobertura do pagamento de mensalidade de escolas ou faculdades em caso de desemprego, será ofertado através de uma parceria com a seguradora Bradesco. A companhia já oferece pacotes de viagens e cursos online em seu website, por meio de parcerias com a agência online de viagens, Viajanet, e a empresa mineira de educação, Cresça Brasil. O comércio eletrônico representa, atualmente, 35% da receita líquida da empresa e a previsão é que a comercialização desses novos serviços represente um terço do EBITDA daqui a cinco anos. A notícia é marginalmente positiva para a companhia, diversificando o mix de produtos e expandindo a receita de vendas online.

Setor Aéreo – Segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação civil), o número de passageiros que utilizaram aeronaves no Brasil registrou um aumento de 20% no mês de julho pela comparação anual, alcançando seu vigésimo sexto mês de crescimento do fluxo em rotas domésticas. Dentre as empresas de transporte aéreo, a TAM ficou em primeiro lugar ao alcançar 40,88% do market-share doméstico, seguido pela Gol com 38,1% e Azul ocupando a terceira posição com 9,17% do mercado interno. Somado a isso, a TAM divulgou ontem (18/07) por meio de um fato relevante que atingiu um novo recorde de taxa de ocupação em vôos internacionais desde a criação da companhia, registrando 86,2% de load factor internacional. A notícia é marginalmente positiva para as ações das companhias do setor.

Setor de Petróleo – Segundo o jornal "Valor Econômico", a 11º Rodada de Licitações de blocos de petróleo pode ficar para 2012, caso não seja aprovada pelo Poder Executivo nos próximos dez dias. De acordo com o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Helder Queiroz, a partir do aval da presidente Dilma Roussef, a agência precisará de pelo menos cem dias para concluir os procedimentos para a realização do leilão. A notícia é de cunho informativo, não devendo impactar sobre o preço dos ativos do setor.

Vale, Log-In e Vale Logística – De acordo com notícia apurada pelo jornal Valor Econômico, a companhia deve vender a sua participação de 31,3% na Log-In Logística (empresa de navegação de cabotagem) e, simultaneamente, criar um nova empresa de logística, a Vale Logística, para abrigar seus ativos de logística e contratos que envolvem a prestação de serviços de carga geral. De acordo com fontes, a companhia já vem buscando há alguns anos compradores para sua participação na Log-In, porém não havia compradores para o preço exigido pela companhia. Neste ano as ações da Log-In acumulam perdas de 36% após uma forte retração das margens este ano, causada pela elevação dos custos e a forte competição de empresas do setor que atuam através do modal rodoviário, que para curtas distâncias (menos de 1,5 mil km) possui um custo muito mais baixo. Além disso, de acordo com fontes do setor, os investidores evitam aportes maiores na Log-In em função de acreditarem que a empresa não possui um projeto claro e que até o presente momento não cumpriu parte dos propósitos originais de sua criação – os quais incluíam crescimento via aquisições. Um dos fatores que contribuiu para o aperto de margens da companhia foi à utilização da frota de terceiros durante os últimos anos, que apresentaram paradas/problemas não programado, em função da frota da própria companhia, que envolve a construção de 5 navios contêineres (só o primeiro já entrou em operação), ficar pronta totalmente apenas em 2014. O valor de mercado da companhia chegou ontem a R$ 604,4 milhões e com a saída da Vale do bloco de controle (Petros, Fama Investimento e Elton Park) a companhia além de perder um investidor estratégico, vai ganhar um novo competidor no mercado (apesar dos modais logísticos serem distintos). A Vale, por não ter participação superior a 35% da Log-In, não precisará realizar uma OPA (oferta pública de ações) para vender sua participação na companhia – simplificando o processo de venda dos ativos. Já a Vale Logística, onde a Vale pretende ter participação de aproximadamente 30%, deve realizar o seu IPO (abertura de capital) em 2012. A estrutura desta nova companhia deve abrigar ativos como a Ferrovia Centro-Atlantica (FCA), Ferrovia Norte-Sul (FNS) e o terminal portuário Ultrafértil, no porto de Santo e que pertence a Vale Fertilizantes, e mais os contratos de carga geral com terceiros que venham a ser formados para transporte na Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e na Estrada de Ferro de Carajás. A lógica da criação da Vale Logística é de reunir os ativos logísticos, que hoje tiveram suas margens fortemente comprimidas em função do crescimento dos custos nas operações ferroviárias, dado as novas contratações e os aumentos nos preços dos combustíveis e serviços de manutenção, e abrir o capital para realizar investimentos na empresa, sem precisar fazer aportes do caixa da Vale, que será destinado para investimentos de maior margem operacional. O faturamento do segmento de logística no segundo trimestre deste ano foi de R$ 950 milhões, crescimento de 6% na comparação com o mesmo período do ano passado, e a margem EBIT teve uma retração de 23 pontos percentuais, saindo de 23,5% para 0,5%. Além de tudo isso, a companhia confirmou que foi responsável pelo recolhimento de R$ 5,8 bilhões de contribuições sociais sobre o lucro líquido e que o pagamento, que já havia sido provisionado anteriormente no balanço social da companhia e que, por isso, não afetou os resultados atuais da empresa (informações do release de resultado do 2T11), foi realizado no dia 29 de julho. Em linhas gerais, as notícias são positivas para as ações da companhia.

Fonte: Um Investimentos