25/08/2011

ING consegue colocar bônus de longo prazo

Por Jennifer Hughes e Ralph Atkins

Banco holandês vendeu € 1,75 bilhão em títulos com garantias de dez anos

O ING vendeu o primeiro "covered bond" (um título de dívida com garantia) significativo na Europa em dois meses, num sinal de possível retomada da utilização desse instrumento de financiamento de longo prazo para bancos, que vinha patinando em função da crise.

O negócio ocorreu ao mesmo tempo em que o Banco Central Europeu (BCE) informou, separadamente, a ausência de tomadores de dólares em uma oferta surpresa feita na semana passada, que aumentou as preocupações do mercado sobre a capacidade dos bancos europeus de assegurar liquidez de curto prazo.

As preocupações com o curto prazo também aumentaram os temores de que o mercado de títulos de dívida de longo prazo, que praticamente fecha em agosto, não reabriria em setembro.

Entretanto, o ING vendeu €1,75 bilhão em "covered bonds" de dez anos - títulos garantidos por grupos de ativos que também carregam uma garantia bancária. Eles são considerados ultrasseguros pelos investidores e autoridades reguladoras e geralmente são os títulos de longo prazo aos quais os bancos podem recorrer quando outras fontes de financiamento se fecham.

"Essa transação foi um enorme sucesso e surpreendeu as pessoas. Outros estão agora analisando muito atentamente se poderão fazer o mesmo", disse Torsten Elling, diretor-adjunto do Barclays Capital, coordenador-líder da operação.

Todavia, banqueiros alertaram ontem que o sucesso do ING não significa que os investidores agora poderão aceitar qualquer negócio. O banco holandês pagou um prêmio de 15 pontos-base sobre seus bônus já existentes. Tais prêmios em novas emissões são comuns, mas podem ser interpretados como um sinal de cautela dos investidores, uma vez que eles tendem a se retrair ou desaparecer quando a demanda aquece.

"O mercado está aberto, mas ao preço certo para o nome certo. Os emissores ainda precisam considerar com cuidado como vão estruturar uma operação", diz Achim Linsenmaier, diretor do Deutsche Bank, que também participou da coordenação da operação.

A falta de tomadores de dólares na oferta feita pelo BCE também ajudou a acalmar investidores nervosos, pois que sugere que os bancos continuam capazes de obter dólares suficientes nos mercados comerciais.

O BCE havia se oferecido para atender toda a demanda pela moeda americana - mas a um preço acima do praticado no mercado. Na semana passada, um único ofertante obteve US$ 500 milhões, desencadeando especulações de que outros fariam o mesmo.

Mas outras operações do BCE no mercado aberto continuam emitindo sinais de alerta. Os volumes depositados pelos bancos em sua linha de depósito, em vez de emprestados para outros bancos, aumentou novamente nesta semana. O BCE não fornece detalhes sobre quais bancos estão usand

 

 

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