10/08/2011

MRV mostra recuperação com ganho 26% maior

 

Daniela D'Ambrosio | São Paulo

10/08/2011

Texto:-A +A

Descrição: cid:image001.gif@01CC573F.1DBF6360

João Marcos Rosa/Ag. Nitro

 

Rubens Menin, presidente, vê "demanda é constante" no terceiro trimestre

A MRV, maior empresa de imóveis populares do país, está recuperando gradualmente suas margens, depois da queda apresentada no fim do ano passado - por conta de estouros no orçamento.

A margem líquida, que havia caído para 17,6% no quarto trimestre de 2010, subiu para 19% de janeiro a março e para 19,2% no segundo trimestre de 2011. Na comparação semestral, a queda é de 1,8 ponto percentual, passando de 20,9% nos primeiros seis meses de 2011 para 19,1% de janeiro a junho deste ano.

A companhia mineira teve lucro líquido de R$ 189 milhões no segundo trimestre, alta de 26,1% sobre o mesmo período do ano passado e de 24,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2011. A receita operacional líquida, entre abril e junho, foi de R$ 988 milhões, alta de 40,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 255 milhões, uma elevação de 35,4% sobre os R$ 188 milhões obtidos no segundo trimestre do ano passado. "Existem dois modelos de crescimento nesse setor: orgânico e de fusão e aquisição. Nós somos a única empresa que atingiu esse tamanho sem comprar ninguém", afirma Rubens Menin, presidente da MRV.

O caixa líquido da companhia está em R$ 1,14 bilhão. A relação dívida líquida sobre patrimônio líquido é de 33,6%. Em julho de 2011, a empresa fez sua quinta emissão de debêntures, no valor de R$ 500 milhões, com vencimento final em cinco anos.

Com um total de R$ 751,1 milhões, os lançamentos da companhia caíram 33% em relação ao segundo trimestre do ano passado. As vendas contratadas recuaram 1,4% e a empresa atingiu 40% do ponto médio da previsão para o ano. O consumo de caixa no trimestre foi de R$ 112,8 milhões, contra R$ 68,5 milhões entre janeiro e março. "Teremos geração de caixa positiva ainda neste ano", diz o presidente.

Um dos mais altos consumos de caixa da empresa é com a compra de terrenos da MRV Log - braço de logística -, que em julho recebeu um aporte de capital de R$ 350 milhões, dos quais R$ 250 milhões do fundo Starwood.

Menin não dá números de vendas no terceiro trimestre, mas diz que "a demanda é constante". Na sua opinião, o mercado de alto padrão é mais afetado diante de um cenário de crise, ao contrário dos imóveis populares. "O mercado de luxo é impactado pelas perdas no mercado de capitais. Já o popular depende de renda e crédito", diz. Cerca de 80% das vendas da companhia são elegíveis ao programa Minha Casa, Minha Vida.

Na avaliação do empresário, embora a volatilidade traga muita insegurança ao mercado, a crise que surge agora é mais branda do que em 2008. "Em 2008, eu estava muito preocupado e o problema de liquidez era muito maior", afirma o empresário. Depois de queda de 4% na segunda-feira, ontem a ação teve alta de 9,6%, para R$ 10,81. No ano, cai 26,5%.

 

 

Nenhum comentário: