02/08/2011

Pacote para indústria pode reverter problemas com exportação, diz CNI

BRASÍLIA - Os empresário estão confiantes de que a nova política industrial brasileira poderá ajudar a reverter parte das dificuldades hoje vividas pelo setor de exportação, afirma Flávio Castelo Branco, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A presidente Dilma Rousseff apresenta nesta terça-feira (2) um pacote de incentivos para a indústria. O objetivo é melhorar a competitividade e compensar perdas com o dólar baixo. Nessa situação, os produtos brasileiros ficam mais caros no exterior, e as exportações caem.

O economista da CNI destaca a preocupação da entidade com o encolhimento da participação brasileira no mercado internacional, ocupando apenas o 20º lugar entre os maiores exportadores. Somente em 2010, cita Castelo Branco, 16% das exportadoras pararam de vender no exterior.

"Temos uma grande expectativa porque a reversão desse quadro de adversidades e perda de espaço poderá dar maior musculatura à indústria de transformação brasileira, aumentar a competitividade com redução de custos e melhor qualidade para enfrentar concorrentes que avançam, como os asiáticos", completou ele.

As propostas da CNI para Dilma

A CNI, que participou das discussões da nova política industrial com os elaboradores governamentais, não arrisca nenhuma medida em particular para a divulgação de hoje.

Castelo Branco, no entanto, lista uma série de propostas apresentadas ao governo, grande parte associadas a custos sistêmicos como problemas de logísticas, custo de capital (juros elevados), a questão da educação com falta de mão-de-obra qualificada, o câmbio valorizado, inovação, medidas de defesa comercial contra a invasão chinesa, por exemplo.

A questão da desoneração do investimento é prioridade, diz o economista. Mas ele não garante, por exemplo, que finalmente a desoneração da folha de pagamentos das empresas estará entre as medidas que serão anunciadas.

Expectativas

A CNI destaca também a expectativa quanto a real implementação da nova política industrial. Isso porque, a última anunciada pelo governo Lula, foi por água abaixo com a crise financeira de 2008.

"Um dos desafios do programa que o governo anuncia nesta terça-feira é, justamente, a implementação eficaz", cita Castelo Branco. "Esperamos que parte dessas propostas sejam contempladas com mecanismos e instrumentos efetivos para alterar esse quadro de crescente dificuldades da indústria brasileira em colocar produtos no exterior", citou..

Ele dá como exemplo o resultado de julho apontando desempenho positivo na balança comercial pelo alto preço das commodities, ante redução dos manufaturados. "O que se vê é o abandono do mercado internacional por indústrias de transformação", complementou.

Fonte: Uol

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