16/08/2011

Petrobras fecha primeiro semestre com lucro líquido recorde de R$ 21,928 bilhões

SÃO PAULO - A Petrobras (PETR3, PETR4) registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 10,942 bilhões no segundo trimestre de 2011, montante 0,39% inferior ao reportado no primeiro trimestre e 31,91% acima do apurado entre abril e junho de 2010. Já o lucro acumulado no primeiro semestre foi de R$ 21,928 bilhões, resultado recorde para a companhia e 36,87% ao que foi visto nos primeiros seis meses de 2010.

Já o lucro líquido consolidado ficou em R$ 11,410 bilhões nesse trimestre, 36,86% maior do que foi visto no 2T10 e 1,93% maior do que em relação ao 1T11. Entre janeiro e junho, o lucro líquido consolidado passou de R$ 16,134 bilhões para R$ 22,605 bilhões - alta de 40,11%.

As cifras apresentadas pela companhia vieram bem dentro do que apontavam as projeções compiladas pela InfoMoney. O lucro líquido atribuível aos acionistas no trimestre ficou 4,87% acima da média das estimativas da Ágora Corretora, Santander e HSBC.

Receita e Ebtida
A receita de vendas da petrolífera no segundo trimestre ficou em R$ 61,469 bilhões, superando em 14,61% o montante visto no mesmo período de 2010 e 12,17% frente ao primeiro quarto de 2011. O número também superou em 8,42% a média das estimativas das três casas de research compiladas pela InfoMoney. Já no acumulado do ano, a receita ficou em R$ 116,269 bilhões, alta de 11,75% frente ao primeiro semestre do ano passado.

O Ebitda, por sua vez, ficou em R$ 16,139 bilhões, mostrando evolução tanto frente ao 1T11 (+6,93%) quanto em relação ao 2T10 (+1,33%). Entre janeiro e junho, o indicador marcou R$ 32,233 bilhões, uma expansão de 3,97% em relação ao Ebitda do período análogo de 2010.

Resultado financeiro impulsiona o lucro
Mais uma vez, o resultado financeiro teve um impacto bastante significativo para o crescimento do lucro líquido da Petrobras na comparação anual, conforme já haviam previsto os analistas. Por conta dos ganhos cambiais sobre seu endividamento - refletindo a apreciação do real em relação ao dólar - e do aumento das receitas com aplicações financeiras e títulos públicos federais, o resultado financeiro da petrolífera ficou em R$ 873 milhões.

Contudo, o resultado ficou praticamente em linha com o que foi reportado no mesmo período de 2010, em virtude do aumento com despesas com vendas, gerais e administrativas, bem como às despesas com prospecção e exploração, que responderam cada uma por R$ 220 milhões e R$ 257 milhões, respectivamente.

Investimentos e endividamento
Com as atividades operacionais deste primeiro semestre, a empresa gerou um fluxo de caixa líquido 10% superior ao que foi visto no 1T11, somando R$ 14,248 bilhões. Ela informa ainda que seus investimentos entre abril e junho já chegaram a R$ 16,133 bilhões, com 46% desse montante aplicado no segmento de E&P (Exploração e Produção).

Com isso, seu nível de alavancagem manteve o patamar 17% visto desde o final do ano passado, permanecendo bem distante do limite máximo estabelecido pela companhia, de 35%. Ao final desse primeiro semestre, o endividamento líquido da empresa somava R$ 68,837 bilhões.

Avanço nas vendas domésticas...
O volume de vendas da Petrobras no mercado interno durante o segundo trimestre do ano chegou a 2,498 milhões de barris por dia, alta de 7% ao primeiro quarto de 2011. Destaque para o diesel, que detém a maior participação de vendas no mercado doméstico, cujo volume diário de barris vendidos cresceu 9% na mesma base comparativa, por conta do crescimento econômico, do aumento da safra de grãos e da menor colocação do produto por terceiros, informa a petrolífera.

A gasolina - segunda maior participação nas vendas internas - também mostrou evolução (+7%), somando 481 mil barris diários. Na comparação entre os primeiros semestres de 2010 e 2011, a alta foi de 17%. Segundo a Petrobras, a vantagem do preço da gasolina em relação ao etanol na maior parte dos estados brasileiros, somada ao crescimento da frota de veículos, contribuíram para essa expansão.

...e nas exportações
Já as vendas da Petrobras no mercado externo mostraram expansão de 8% entre o primeiro e o segundo trimestre desse ano, somando 700 milhões de barris por dia, "em decorrência da necessidade de recomposição de estoque de petróleo no país em 2011 e pela maior exposição de petróleo em 2010, em função da maior disponibilidade do produto ocasionada por paradas programdas", segundo relatório da estatal.

Com isso, as vendas gerais (mercado interno + mercado externo) ficaram em 3,704 milhões de barris diários, alta de 5% relação aos 3,526 milhões de barris vendidos entre janeiro e março de 2011.

Exploração e produção
Segmentando o resultado da petrolífera, a área de Exploração e Produção teve ganhos líquidos de R$ 10,593 bilhões no 2T11, variação positiva de 38,49% frente ao mesmo período de 2010 e de 13,57% ante o primeiro trimestre. Em relação aos primeiros três meses do ano, a Petrobras explica que a melhora deveu-se aos maiores preços de venda e transferência do petróleo nacional, que ficou 16% acima do valor em dólares por barril visto entre janeiro e março.

Já a produção nacional no segundo quarto do ano ficou praticamente estável tanto na comparação trimestral quanto anual. "O declínio natural dos campos maduros foi compensado pelos maiores volumes produzidos nos campos de Cachalote/Baleia Franca, Jubarte, Peroá, Piloto de Lula, Uruguá/Tambaú, Mexilhão e o TLD (testes de longa duração) de Lula Nordeste", comenta a empresa.

Abastecimento
Já no segmento de Abastecimento, a Petrobras viu seu resultado líquido passar de R$ R$ 95 milhões negativos no 1T11 para R$ 2,28 bilhões negativos. Os maiores custos de aquisição e transferência de petróleo e a importação de derivados, segundo a estatal, foram responsáveis pela piora no desempenho do segmento. Dentre os derivados, destaque para o petróleo Brent, negociado na bolsa de Londres, que mostrou aumento de 12% no preço em dólar por barril.

Esses efeitos foram parcialmente impactados por um crescente volume de vendas de derivados no mercado internacional e pela vendas internas de derivados indexados a preços internacionais, tendo em vista a manutenção dos fortes preços praticados lá fora.

Gás & Energia
No segmento de gás & energia, houve uma alta de 45% no resultado líquido do segundo trimestre frente aos três primeiros meses do ano, chegando a R$ 747 milhões. Em relação ao 2T10, a alta foi de mais de 100%. A maior demanda no setor industrial e as melhores margens de venda de energia em decorrência da geração termelétrica para exportação - o que não ocorreu no primeiro trimestre do ano, foram determinantes para o resultado.

Biocombustível e distribuição
No segmento de biocombustível, o resultado líquido negativo caiu de R$ 13 milhões para R$ 37 milhões na passagem trimestral, principalmente por conta da redução dos preços médios de vendas de biodiesel, ainda por conta da sazonalidade no setor de etanol.

Já a área de distribuição também teve uma piora em desempenho operacional, fechando o 2T11 em R$ 221 milhões, que mostra uma queda de 40% em relação aos três primeiros meses do ano passado. As menores margens de comercialização pesou na diminuição do lucro líquido do segmento, explica a Petro. Ainda nesse segmento, a estatal informa que sua participação de mercado na distribuição de combustíveis ficou praticamente estávle, passando de 38,9% para 39,0%.

Fonte: InfoMoney

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