13/09/2011

Destaques Bovespa - 13/09/2011

Mercados Ontem

O Ibovespa iniciou a semana com ligeira baixa de 0,17% aos 55.685 pontos, com mínima aos 54.309 pontos, máxima aos 55.792 pontos e giro financeiro de R$ 5,32 bilhões.

O índice abriu a sessão em forte baixa, acompanhando o pessimismo das bolsas externas, temerosas quanto a um possível default da Grécia e um possível corte no rating dos bancos franceses. Assim, o mercado local operou boa parte do dia no campo negativo, reagindo apenas na última hora do pregão, quando apresentou reação junto com as bolsas norte-americanas, em relação a uma noticia de que a Itália está em conversas com fundos chineses para esses aplicarem em bonds italianos, esse suposto suporte chinês ajudou a animar o ânimo dos investidores.

As blue chips fecharam o dia na direção oposta do índice. Os papéis ON e PN da Petrobrás encerraram o dia com alta de 1,04% e 0,94%, respectivamente. Já as ações ON e PN da Vale fecharam o dia com valorização de 0,58% e 0,86%.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros ingressaram no dia 08 de setembro, quinta-feira, R$ 288,11 milhões na Bovespa, após dois dias de consecutivas retiradas, quando o índice fechou em alta de 1,80%. Neste mês, o superávit dos investimentos estrangeiros aumentou para R$ 404,88 milhões na Bovespa. Já no acumulado do ano, após este ingresso, os investimentos estrangeiros apresentam superávit de R$ 294,41 milhões. Já os investidores Pessoa Física retiraram R$ 179,91 milhões na Bovespa no dia 08 de setembro. No mês de setembro, o déficit dos investimentos de pessoas físicas aumentou para R$ 653,72 milhões na Bovespa. No acumulado do ano, o saldo de pessoa apresenta déficit de 5.889 bilhões.

Mercados Hoje

Mercado local, assim como os mercados internacionais, irão continuar reagindo às expectativas em relação a crise de déficit na zona do euro. Investidores continuam na defensiva em relação aos próximos desdobramentos da crise, à espera da votação do pacote de austeridade italiano, e também a aprovação do plano do Obama no congresso norte-americano.

Hering – De acordo com matéria vinculada ao jornal Valor Econômico, a diretoria da Hering já vendeu cerca de R$ 5 milhões em ações da companhia este ano, valor 42% maior que o volume vendido pela diretoria em 2010. Só em maio este volume foi de R$ 2,7, cerca de 84,6 mil papéis. O diretor de relações públicas da companhia, Frederico Oldani, explicou o fato dizendo que os diretores que têm direito ao plano de opções de ações da companhia podem exercer suas opções nos meses de maio. De acordo com o executivo, este volume representa apenas 15% das ações detidas pelos diretores, que possuem o direito de compra de opções desde 2008. A explicação oficial é de que os mesmo já tiveram grandes valorizações de suas carteiras (em 2008 os papeis foram concedidos por R$ 3,79 e hoje valem R$ 34,28) e agora estão realizando parte dos lucros. A notícia é marginalmente negativa para as ações da Hering ao passo que sinaliza que os diretores da companhia acreditam que os papéis estariam bem precificados no mercado atual.

JBS – De acordo com um artigo publicado no jornal "Valor Econômico", a J&F – holding responsável pelos ativos do grupo JBS, dos quais possuem empresas ligadas ao setor financeiro, frigoríficos e exploração florestal – anunciou ontem (12/09) um aporte de R$ 1,85 bilhão no "Banco Matone" destinados para adquirir 100% do capital social da instituição financeira. Em uma entrevista concedida ao jornal com o intuito de esclarecer a operação, o presidente do banco JBS, Emerson Loureiro, destacou que a injeção de capital no banco gaúcho servirá primordialmente para elevar o Índice de Basiléia da instituição dos atuais -3,7% para 20%, com o intuito de elevar a disponibilidade de capital no banco acima dos valores mínimos exigidos pelo Banco Central. Além disso, o executivo anunciou que tanto o banco JBS quanto o "Banco Matone" deverão anunciar nos próximos meses a criação da marca "Original", empresa resultante da fusão entre os dois bancos, que passará a operar no mercado de crédito consignado - com uma carteira de crédito de aproximadamente R$ 2,2 bilhões. A notícia é marginalmente positiva para o grupo JBS no longo prazo, porém acreditamos que não deverão impactar nos preços dos ativos ligados ao frigorífico JBS.

Oi – Segundo o jornal "Valor Econômico", o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, afirmou ontem (12) que está confiante na aprovação da proposta de reestruturação societária da Oi. A Andrade Gutierrez é um dos maiores acionistas do controle da Oi, junto com a La Fonte, Portugal Telecom, BNDESPar e fundos de pensão. De acordo com a notícia, Azevedo está apenas com receios dos fundos de investimento, a exemplo da Polo Capital, que já sinalizaram que irão votar contra. A expectativa é que alguns minoritários solicitem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para impedir o voto dos controladores nas assembléias sobre a reestruturação. A notícia é de cunho informativo, contudo, iremos aguardar maiores detalhes sobre o fato.

Rossi – A companhia anunciou na segunda-feira (12/09), através de um fato relevante, a aprovação da entrada do atual CEO da Rossi, Heitor Cantergiani, para o conselho de administração da incorporadora até o final de 2011. Em relação ao atual cargo de presidente da companhia, a Rossi informou pelo comunicado, que o atual diretor comercial da empresa, Leonardo Nogueira Diniz, deverá assumir o cargo do atual CEO da construtora. A notícia é de cunho informativo, não devendo impactar nos preços dos papéis da Rossi.

Setor de Alimentos – De acordo com matéria vinculada ao Jornal Valor Econômico, o governo avalia que os alimentos já contribuíram para segurar a inflação e espera por uma alta mais forte do segmento nos últimos meses do ano. O esperado é de que a pressão sobre os alimentos seja menor do que a vista no mesmo período do ano passado, porém as quebras de safras de trigo e milho no inverno preocupam bastante – cenário complementado pelos baixos estoques mundiais e a firme demanda por commodities agrícolas, principalmente pela Ásia/China. Os preços dos alimentos disparam cerca de 0,72% em agosto, valor bem superior ao IPCA, que ficou em 0,37% no mesmo período. A notícia é marginalmente positiva para as companhias do setor.

Setor de Energia – Em notícia veiculada ao jornal "Valor Econômico", o novo código florestal em tramitação no Senado pode gerar um passivo na ordem de R$ 30 bilhões para as geradoras de energia elétrica, montante superior ao investimento previsto para a construção de Belo Monte, obra mais cara em andamento do país. O valor tem origem na obrigatoriedade de aquisição, desapropriação ou renumeração de toda Área de Preservação Permanente (APP), região em torno dos reservatórios, que atualmente estão ocupados por clubes esportivos e residências. Segundo o jornal, as duas subsidiárias da Eletrobrás- Furnas e Chesf- devem arcar com a maior parte deste passivo, acompanhado por Tractebel, Cesp, AES Tietê, Duke Energy e Copel. A notícia é parcialmente negativa para os ativos do setor, especialmente para as geradoras de energia.

Setor Petroquímico – Em uma entrevista concedida ao jornal "Folha de São Paulo", o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil- China, Charles Tang, informou que espera que ao menos 20 fornecedores estrangeiros de produtos destinados à cadeia petrolífera se instalem no Brasil nos próximos meses. De acordo com Charles, a existência de uma demanda potencial avaliada em US$ 400 bilhões e a elevação do índice de conteúdo nacional farão com que cada vez mais companhias chinesas do setor iniciem a produção de equipamentos no país. A notícia é de cunho informativo, não devendo impactar nos preços das companhias ligadas aos setor de serviços petroquímicos no curto prazo.

Setor de Siderurgia– De acordo com o presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, as siderúrgicas vão suspender seus planos de investimento em função do avanço das importações no Brasil. De acordo com o executivo, "a indústria tem uma folga de 60% na capacidade. Não cabe falar em investimentos. Vamos aguardar para ver o rumo das importações e ver o nível de providência (do governo)". A IABr apontou em seu relatório que as importações diretas e indiretas no país somam aproximadamente 10 milhões de toneladas no ano e que o excedente mundial é de aproximadamente 532 milhões de toneladas neste ano, dado os baixos preços e fraca demanda. A notícia é negativa para as ações das companhias do setor.

Setor Sucroalcooleiro– Segundo um relatório publicado pela consultoria "Archer Consulting", do qual o jornal "Valor Econômico" obteve o acesso, a redução do volume de produção da cana-de-açúcar causada pela quebra da safra do ciclo-atual e a elevação dos custos destinados à produção e o transporte deverão diminuir em aproximadamente R$ 10 bilhões o faturamento das usinas do setor, valor que representaria 14% da receita bruta inicial estimada pela consultoria para as empresas do segmento. De acordo com a "Archer Consulting", a safra menor de cana-de-açúcar, fará com que deixem de ser produzidos cerca de 3,3 bilhões de litros de etanol e 4,9 milhões de toneladas de açúcar para o mercado, em relação ao valor estimado pela instituição antes da queda da safra. A notícia é marginalmente negativa para as companhias do setor com capital aberto, uma vez que as expectativas quanto à atual safra 2011/2012, período em que têm sido registrado um preço de açúcar e etanol maior que o divulgado na colheita anterior, não permitirá que os contratos futuros de entrega de açúcar e etanol previamente concordado para os próximos meses sejam celebrados, uma vez que a falta do produto levará a uma possível rodada de renegociações dos contratos em que poderão ocorrer deságios nos valores adquiridos pelas usinas sucroalcooleiras. Além disso, a imposição de um teto ao preço do biocombustível estabelecido pelo governo também limitam os ganhos para as companhias do setor.

Setor de Telecomunicações – Segundo o jornal "O Estado de São Paulo", ontem (12) a presidente Dilma Rousseff sancionou uma nova lei abrindo o mercado de televisão a cabo para empresas de telecomunicação. O objetivo da nova lei é dobrar o número de assinantes de TV por assinatura, de 11 milhões para 22 milhões, através do aumento da oferta e da concorrência no setor. Além disso, o governo visa incentivar o investimento das empresas de telefonia fixa em redes de fibra ótica, já que a equipe de Dilma entende que as antigas regras inibiam o aporte. O ministro das telecomunicações, Paulo Bernardo, também anunciou acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para a eliminação da cobrança de PIS e COFINS na implementação de novas redes, renúncia fiscal estimada em R$ 4 bilhões em quatro anos. Entretanto, a presidente da República não alterou pontos criticados na nova lei, a exemplo das cotas mínimas para produções nacionais na programação. A notícia é parcialmente positiva para as companhias do setor de telecomunicações, dado que a nova lei possibilitará às empresas oferecerem um maior mix de produtos, complementares entre si.

TAM – De acordo com Líbano Barroso, presidente da TAM, em entrevista para o Jornal o Estado de S. Paulo, a companhia deve focar no aumento de suas margens operacionais nos próximos trimestres. De acordo com o executivo, após o movimento de forte indução de preço para capturar e fidelizar novos clientes (movimento possibilitado com a elevação de 4% do número de assentos nos voos domésticos) para as companhias aéreas, chegou o momento de recompor as margens, aumentando gradativamente os preços, "trazendo equilíbrio entre receita e ocupação dos vôos". Para atingir seus objetivos, a TAM ainda planeja criar uma nova classe intermediaria entre a econômica e a executiva tanto para vôos internos quanto para vôos internacionais, a chamada "Premium Economy", voltada para o público executivo, responsável por 75% dos vôos da TAM e 70% do mercado nacional, com maior margem operacional. Para este seguimento, a companhia ainda planeja ter 30 voos com internet até o final deste ano. Barroso ainda declarou que espera a conclusão da fusão entre TAM e LAN para o primeiro trimestre de 2012 e que este é objetivo central da companhia, que, em função do mesmo, deixará de realizar programa de recompra de ações este ano, diferentemente dos dois últimos anos. O executivo ainda ressaltou que em aproximadamente 2 meses deverá ter uma posição oficial sobre o valor justo para a aquisição de 31% da Trip, valor que será avaliado com base no compartilhamento de voos entre as companhia ("full codeshare") iniciado há 3 semanas. Em relação as concessões de aeroportos que o governo esta preparando, Barroso declarou que a TAM não vai participar, embora seja favorável ao mesmo, e ressaltou a preocupação com possíveis elevações de custos operacionais dentro deste processo. A notícia, apesar de não apresentar news flow relevante, é positiva para as ações da companhia.

TIM – De acordo com o jornal "Valor Econômico", a TIM pode protocolar nesta semana o pedido de registro para uma oferta de ações, estimado entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, montante a ser utilizado no pagamento da aquisição da AES Atimus, adquirida meses atrás. Esta emissão equivaleria a uma diluição da ordem de 5% a 7,5% do valor de mercado, que totaliza R$ 20,1 bilhões. A notícia é marginalmente negativa, já que a empresa aumentará a sua dívida líquida, que totalizou R$ 1,9 bilhão em junho, e diluirá o valor das ações existentes.

Fonte: Um Investimentos

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