26/09/2011

Eventos favorecem CCR, Ecorodovias e Mills

Por Ana Paula Ragazzi | De São Paulo

A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), a Ecorodovias e a Mills são as empresas com mais potencial para se beneficiar do boom da infraestrutura no Brasil em projetos que deverão ser executados nos próximos quatro anos. Esse é o entendimento da equipe de análise do Goldman Sachs, que realizou conferência sobre o tema no Rio de Janeiro e em São Paulo na semana passada.

O banco estima que pelo menos R$ 85 bilhões serão investidos por conta da Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada, em 2016. O valor representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010.

CCR e Ecorodovias, acreditam os analistas Eduardo Siffert Couto, Tais Correa e Jerry Revich, são as mais bem posicionadas para lucrar com os novos projetos.

Eles destacam que a CCR tem o diferencial de, além de concessões rodoviárias, ser a única empresa de capital aberto no Brasil que opera com o metrô.

"Considerando as novas linhas que já estão operacionais e as que estão planejadas, acreditamos que a CCR tem o potencial de passar a obter receitas neste segmento semelhantes às que hoje obtém com as estradas", afirmam em relatório.

O banco estima que 32 quilômetros em novas linhas de metrô e seis novas estradas, projetos particularmente concentrados em São Paulo, consumirão R$ 57 bilhões em investimentos.

CCR e Ecorodovias também estão estudando participar da privatização de aeroportos, aponta o Goldman Sachs.

De acordo com o governo federal, informa o relatório, os aeroportos de São Paulo, Campinas (SP) e Brasília poderão ser privatizados em 2012, o que deverá absorver R$ 2,7 bilhões.

Para as ações de CCR e Ecorodovias, a recomendação do Goldman Sachs é de compra. O potencial de alta, em 12 meses, é de 30%.

Os analistas apontam a Mills como diretamente beneficiada pelo boom brasileiro em infraestrutura por ser uma das principais fornecedores de equipamentos para engenharia e construção.

O banco acredita que o setor de construção deverá viver um pico em 2012. Os 12 estádios que serão erguidos para a Copa do Mundo, diz, estão em construção, com investimentos de R$ 6,6 bilhões estimados. Os projetos para a Olimpíada no Rio de Janeiro também estão em andamento, com R$ 18 bilhões a serem destinados para transportes (metrô e linhas de ônibus expressos) e urbanização.

Atualmente, diz o Goldman, a Mills já está fornecendo equipamentos para 7 dos 12 estádios que estão sendo construídos para a Copa. Esses projetos, nas contas dos analistas, podem gerar fortes receitas anuais em construção pesada para a Mills, que poderão variar entre R$ 113 milhões e R$ 340 milhões, dependendo do andamento dos projetos.

A recomendação para a ação da Mills é neutra, e o potencial de valorização é de 17%, inferior ao de CCR e Ecorodovias, portanto. O Goldman avalia que o atraso no início de alguns projetos no começo deste ano podem ter afetado negativamente os resultados da empresa no terceiro trimestre.

O Goldman chama a atenção dos investidores para companhias que estejam ligadas aos setores de fabricantes de trens, hotelaria, alimentação, imobiliário e operadores globais de aeroportos. Como exemplo, cita que o governo do Rio prevê crescimento de 30%, para 34 mil, no número de quartos de hotéis na cidade até 2013. Mesmo assim, esse número ainda é insuficiente para atender a demanda, que é projetada em 42 mil quartos.

Analisando o impacto dos eventos esportivos em outros países, a tendência é que a infraestrutura e a atividade econômica atinjam picos dois anos antes dos jogos.

 

 

 

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