28/09/2011

Mercado brasileiro está 'refém' de temores na eurozona, diz 'FT'

Apesar de fundamentos sólidos e dinheiro no caixa, país é vítima de 'incertezas' que têm afetado países emergentes.

Apesar de fundamentos sólidos e capacidade financeira para lidar com a crise, o Brasil está vendo seu mercado financeiro virar "refém" dos temores em relação à zona do euro, avalia uma reportagem do diário britânico "Financial Times" nesta quarta-feira.

Mesmo com ativos financeiros a preços atraentes e o real a um patamar mais baixo em relação ao dólar, os investidores estrangeiros permanecem relutantes em manter seus investimentos na Bovespa.

"Apesar de uma queda de 22% no índice Bovespa neste ano, e uma depreciação de 13% do real em relação ao dólar no último mês, só os bravos estão se prontificando a retornar para um mercado que até o ano passado estava entre os favoritos entre os mercados emergentes", escreve o jornal.

O jornal nota que os temores têm pouca relação com os fundamentos econômicos do Brasil.

"Entre os grandes mercados globais, poucos estão mais bem posicionados que o Brasil para resistir a um grande choque externo, com uma reserva de moeda estrangeira de US$ 352 bilhões, um sistema financeiro sólido e capacidade significativa para tomar medidas anticíclicas de estímulo", escreve o diário.

Entretanto, as preocupações em relação ao nível de inflação têm contribuído para a cautela dos investidores em relação ao Brasil, diz a reportagem.

Para o "FT", o Banco Central "fez uma aposta" ao decidir reduzir os juros sob o argumento de que a economia global está se enfraquecendo - mesmo com um ambiente de preços em alta.

"Mas, se o crescimento se mostrar maior que o esperado, a inflação no Brasil poderia se manter em alta, forçando as autoridades a começar a apertar o cinto novamente."

Mas outros economistas ouvidos pelo jornal creem que o governo brasileiro pode aproveitar a oportunidade para criar condições de crescimento estável no longo prazo.

"Se o governo conseguir controlar o gasto durante este período de desaceleração, e usar a política monetária para compensar o crescimento em baixa, o Brasil poderia reduzir a sua taxa de juros reais historicamente alta.

 

 

 

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