27/09/2011

JPMorgan: inflação pode levar governo a suspender IOF

Brasil Econômico   - Por Gabrielle Coppola/Bloomberg News

 

Julio Callegari: "Estamos de um modo geral muito cautelosos em relação ao risco que estamos assumindo"

 

Para chefe de renda fixa do JPMorgan Asset Management no Brasil, "as chances de uma recessão global são claras".

São "relativamente altas" as chances de o governo remover o Imposto sobre Operações Financeiras, disse Julio Callegari, que administra R$ 4,3 bilhões como chefe de renda fixa do JPMorgan Asset Management no Brasil.

"A mensagem importante é que se o real se desvalorizar muito rapidamente, e mais do que a queda dos preços das commodities, há um risco para a inflação", disse Callegari em entrevista nesta segunda-feira (26/9) no escritório do JPMorgan em São Paulo.

"Isso ainda não é o que acreditamos ser o mais provável de acontecer. Mas considerando os riscos para a economia global, as chances de uma recessão são claras."

Callegari disse que a rápida desvalorização do real pode provocar uma reação do governo.

"Nesse cenário, isso significa que poderemos ver mais desvalorização de moedas de economias emergentes, e levaria a esse tipo de medida, à remoção do IOF ou à venda de mais dólares pelo Banco Central", disse ele.

"As chances são relativamente altas que eles removam o IOF, principalmente sobre as operações com derivativos."

Callegari também falou sobre as perspectivas de inflação depois da decisão do BC de reduzir a taxa básica de juros do País em agosto.

"Estamos de um modo geral muito cautelosos em relação ao risco que estamos assumindo", disse ele.

"Estamos reduzindo o prazo médio da carteira de renda fixa e o nosso interesse, especialmente depois da última decisão do Copom, quando eles surpreenderam o mercado, é por papéis atrelados à inflação."

Por fim, Callegari falou sobre o desempenho do Brasil em relação às demais economias diante de uma crise.

"Nós não acreditamos em descolamento, nesse cenário o Brasil certamente terá um desempenho melhor que as economias desenvolvidas, mas isso não significa descolamento. Isso significa que, relativamente, vamos sofrer menos, mas vamos sofrer."

 

 

 

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