27/09/2011

Em menos de um mês, fundo da CSHG bate barreira do dólar

Por Silvia Rosa | De São Paulo

A valorização acentuada do dólar em setembro, que acumula alta de 16,21% no mês, pegou de surpresa alguns gestores que haviam lançado carteiras de capital protegido buscando aproveitar a oscilação da moeda.

Mal começou a operar e o fundo multimercado CSHG Dólar Double Range IV Capital Protegido, gerido pela Credit Suisse Hedging-Griffo, já bateu a barreira de alta estabelecida no regulamento do portfólio, garantindo aos investidores apenas o valor investido.

 

A carteira, destinada a investidores qualificados, com mínimo de R$ 300 mil em aplicações financeiras, foi fechada para novos aportes em 5 de setembro, tendo prazo de encerramento em 8 de dezembro de 2011.

Dessa forma, o fundo iniciou a operação com o dólar Ptax - média das cotações apurada pelo Banco Central - a R$ 1,6517, e trabalhava com três possibilidades de cenário. No primeiro, se a oscilação da moeda americana permanece entre R$ 1,5588 e R$ 1,7446, o investidor ganharia um retorno de 135% do CDI.

Se a qualquer momento no período de vigência do fundo o dólar Ptax ultrapasse a barreira de alta de R$ 1,7446 e permanece entre R$ 1,6518 e R$ 1,8376, o cotista ainda poderia receber o retorno de 135% do CDI. Mas se ultrapasse a cotação de R$ 1,8376, receberia apenas o capital investido de volta. Foi o que aconteceu. No dia 22 de setembro, o dólar Ptax, fechou em R$ 1,9016 para venda, maior cotação desde 1º de setembro de 2009, atingindo a barreira de alta.

A disparada do dólar no dia 22 de setembro levou o BC a retornar a oferta de swap cambial, operação que equivale à venda da moeda americana no mercado futuro. No ano, a moeda americana acumula valorização de 10,70%.

O portfólio da CSHG ainda trabalhava com uma barreira de baixa de R$ 1,5588 para o dólar Ptax. Caso atingisse esse gatilho, o cotista poderia receber um retorno equivalente a 135% do CDI se a variação da moeda americana permanecesse entre R$ 1,5008 e R$ 1,8086 no período, ou ter o capital garantido no caso de ultrapassar essa faixa.

Como o fundo tem duração de 90 dias, se o cotista sacar os recursos aplicados antes do encerramento desse prazo, terá que pagar uma taxa de saída de 15% sobre o valor líquido resgatado. A aplicação mínima nessa carteira era de R$ 50 mil e valor mínimo de movimentação de R$ 10 mil. O portfólio contava, em 22 de setembro, com patrimônio líquido de R$ 147,1 milhões e 280 cotistas.

O fundo de capital protegido do Santander Strategy Multimercado também fechou em setembro uma operação estruturada que atrela o retorno da carteira à variação cambial. O retorno da quinta operação do fundo, que teve início em 20 de outubro de 2010, será determinado pelo preço de ajuste do contrato de dólar futuro negociado na BM&FBovespa, entre 9 de setembro e 30 de novembro de 2011.

A carteira não trabalha com barreiras de alta ou de baixa e oferece quatro opções de retorno. Se, no vencimento, o dólar estiver cotado dentro do intervalo de R$ 1,575 a R$ 1,777, o investidor recebe um retorno nominal positivo. Já se a moeda americana estiver entre R$ 1,604 e R$ 1,748, o cotista ganhará o retorno nominal positivo acima da variação do CDI projetado para o período.

Mas se o dólar fechar entre R$ 1,615 e R$ 1,737 no vencimento, o cliente recebe um retorno nominal positivo de 3,27%. O investidor também poderá receber o capital investido caso a moeda americano ficar abaixo de R$ 1,575 ou acima de R$ 1,777.

Analistas, porém, já projetam um dólar acima de R$ 1,90 no fim do ano. A expectativa é de que a moeda se estabilize em novo nível ao redor de R$ 1,70 no curto prazo. A carteira do Santander soma um patrimônio líquido de R$ 202,14 milhões e conta com 431 cotistas.

É importante lembrar, que mesmo sendo nos fundos de capital garantido, a proteção do principal refere-se a riscos de mercado, e não dá garantia de que o investidor não possa sacar menos do que aplicou, o que pode acontecer em função da tributação do investimento ou dos custos do fundo.

 

 

 

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