SÃO PAULO – Não era de hoje que o Ibovespa vinha de um momento negativo: desde novembro do ano passado, quando formou um topo em praticamente 73 mil pontos, o índice de ações vinha formando topos e fundos descendentes. Contudo, após um julho extremamente negativo, a bolsa brasileira engatou nessa primeira semana de agosto uma violenta sequência de quedas.
Nessa sequência de baixas, o índice de ações perdeu na quarta-feira (3) o importante suporte por volta dos 57.500 pontos, que era a banda inferior da zona de congestão em que o Ibov se encontrava desde agosto de 2009. Por conta do movimento muito agressivo, vários analistas projetavam um repique no pregão seguinte. Mas o que foi visto na quinta-feira (4) foi um recuo de 5,72% - a maior queda diária desde novembro de 2008 –, com o benchmark fechando a 52.811 pontos, sua mínima desde 17 de julho de 2009.
A perda desse suporte definiu o mercado brasileiro em "bear market" (termo utilizado para definir um mercado com extrema pressão vendedora), segundo o analista gráfico do WinTrade, Gustavo "Bologna" Migliano. "A figura de rompimento de suporte de congestão não é positiva para o médio prazo", complementa Juliano Carneiro, professor da Cardin Investimentos.
O diretor da Leandro&Stormer, Leandro Ruschel, destaca a simetria bastante negativa que se formou com o rompimento dos 57.600 pontos. "Depois que perdeu esse suporte, o índice desabou", complementa o grafista que, assim como Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora e do Seu Consultor Financeiro, não descarta a possibilidade de um repique no curto prazo por conta forte queda dos últimos dias – nos quatro pregões dessa semana, o índice de ações recuou 10,22%.
51.000 pontos, 48.000 pontos...
Diante da tendência de queda instaurada no mercado brasileiro e da perda do importante suporte dos 57.500 pontos, Ruschel aponta como próximo ponto para os investidores ficarem atentos a faixa em torno de 51.000 pontos, que é exatamente onde passa a retração de 50% de Fibonacci da perna de alta do Ibovespa entre o final de 2008 e o final de 2010.
Para o diretor da Leandro&Stormer, o objetivo não está longe de ser alcançado, já que o mercado brasileiro tem apresentado fortes movimentos de queda nos últimos dias.
Já Leandro Martins chama atenção para o suporte na faixa dos 48.000 pontos como outro importante ponto a ser observado pelos investidores. Antes dele, também há de se esperar uma certa instabilidade no "ponto psicológico" dos 50 mil pontos, tendo em vista a força natural dos suportes e resistências redondos.
45.000 pontos? 30 mil pontos?
Já Juliano Cardin vê como objetivo dessa congestão rompida a faixa dos 45.000 pontos, levando-se "ao pé da letra" a análise gráfico. "Acho difícil chegar até lá, mas esse seria o objetivo calculado", complementa o professor da Cardin.
Também baseando-se exclusivamente na teoria da análise técnica, Ruschel enxerga que o rompimento dessa zona de congestão abriu uma simetria bastante negativa para o Ibovespa, cujo objetivo estaria na faixa dos 30.000 pontos.
Fonte: InfoMoney
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