Destaques Bovespa - 20/09/2011

Mercados Ontem

Após um dia marcado pelo vencimento de opções, o índice brasileiro encerrou o pregão de hoje cotado aos 57.102 pontos, com leve queda de 0,19%, alcançando 57.208 pontos na máxima do dia e 56.059 pontos em sua mínima. O volume financeiro totalizou R$ 10,20 bilhões.

Em meio às incertezas quanto ao agravamento da crise da Grécia, instigada pela indefinição de um prazo para a liberação da segunda etapa do pacote de socorro ao país durante a reunião dos ministros de finanças da UE no último final de semana e as expectativas sobre a decisão do FOMC marcada para quarta-feira (21/09), levaram o Ibovespa a operar com desvalorização durante grande parte do dia. Nem o discurso do presidente americano Barack Obama, sobre um pacote com medidas voltadas para redução do déficit americano em US$ 3,6 trilhões, e muito menos a divulgação do IGP-M e do IPC medido pela Fipe abaixo das expectativas do mercado, foram suficientes para impulsionar o Ibovespa para o campo positivo.

No entanto, durante os minutos finais de negociação da bolsa paulista, o surgimento de rumores acerca de uma solução para a crise europeia acalmou os ânimos dos investidores. Fazendo com que o mercado doméstico recuperasse grande parte das perdas, com a recuperação de empresas exportadoras, que foram influenciadas pela forte alta dos contratos de dólar futuro.

As principais blue chips da bolsa, Vale PN e Petrobrás PN encerraram o dia em alta, caminhando na contramão das perdas das commodities no mercado internacional, apresentando uma valorização de 1,34% e 0,72% , respectivamente.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros ingressaram no dia 15 de setembro, quinta-feira, R$ 60,70 milhões na Bovespa, quando o índice fechou em leve alta de 0,17%. Neste mês, o superávit dos investimentos estrangeiros é de R$ 278,61 milhões na Bovespa, após este ingresso de recursos. Já no acumulado do ano, os investimentos estrangeiros apresentam saldo positivo de R$ 168,14 milhões. Já os investidores Pessoa Física retiraram R$ 30,89 milhões na Bovespa no dia 15 de setembro. No mês de setembro, o déficit dos investimentos de pessoas físicas aumentou para R$ 371,44 milhões na Bovespa. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física apresenta déficit de R$ 5.606 bilhões.

Mercados Hoje

Mercados operando na esteira mais otimista em relação à crise de déficit grega, após as declarações do ministro das finanças do país sobre as conversas terem sido positivas com os líderes europeus ontem, e hoje existirá mais conversas com os credores do país. O mercado como um todo aguarda também o término da reunião do FOMC de dois dias, que tem início hoje, à espera do anúncio ou indicações de novos estímulos à economia norte-americana. Localmente os investidores reagirão à divulgação do IPCA-15 de setembro, com esperado de alta em 0,49%.

Banco do Brasil – De acordo com o jornal "Valor Econômico", o Banco do Brasil decidiu elevar a oferta de crédito para pessoas físicas em R$ 79 bilhões, equivalendo a uma variação de 64% com relação à atual carteira, que totalizou R$ 122,6 bilhões em junho. Do montante total, R$ 48 bilhões serão oferecidos ao segmento de crédito consignado e de crédito direto ao consumidor, enquanto que R$ 31 bilhões, ao financiamento de compra de automóveis e ao crédito imobiliário. De junho de 2010 a junho de 2011, a carteira de pessoa física cresceu 21,2%, acima do limite projetado pelo Banco Central. A notícia é marginalmente positiva para os ativos da companhia, já que apesar de possuir a maior base de correntistas do país – 56 milhões – a maioria nunca comprou produtos financeiros com o banco. A notícia é marginalmente positiva para os papéis da companhia.

Celesc – Segundo o jornal "Valor Econômico", o Ministério Público de Santa Catarina instaurou quatro inquéritos de investigação para apurar irregularidades nos contratos firmados pela Celesc em 2008 e 2009. Uma das principais denúncias consiste no pagamento de R$ 51 milhões pela estatal para a Monreal, companhia contratada para a cobrança de inadimplentes, sem a comprovação de prestação de serviço. A Moreal já se envolveu em outro escândalo com a Celesc em fevereiro de 2010, quando houve o pagamento de R$ 12 milhões sem previsão orçamentária, resultando no afastamento do diretor comercial Dílson Luiz. Outra denúncia está na contratação de R$ 60 milhões pela Celesc junto a Eletrobrás para a reconstrução de linhas de transmissão e subestações nas enchentes de 2008. De acordo com o presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, a companhia tem pressa em finalizar o inquérito e punir os eventuais culpados. O período em que ocorreram as irregularidades coincide com a presença de Eduardo Pinho Moreira (PMDB), atual vice-governador do Estado de Santa Catarina, na presidência da empresa. A notícia é de cunho informativo e não deve impactar sobre os ativos da companhia.

Crédito Empresarial – De acordo com um estudo publicado pela agência de risco americana, "Moody´s" ao qual o jornal "Valor Econômico" obteve acesso, a melhora da qualidade de crédito das companhias brasileiras deverá atingir seu pico nos próximos meses. Segundo o vice-presidente de crédito corporativo da AL da Moody´s, Filippe Goossens, a elevação dos ratings das dívidas corporativas das empresas na região deverá enfraquecer diante da deterioração da economia mundial. Em relação aos efeitos da piora do cenário internacional, o executivo da companhia ainda destacou que espera maior pressão na manutenção dos ratings coorporativos das empresas ligadas aos setores de mineração e siderurgia, e também das atuantes no mercado de papel e celulose frente às companhias do segmento de consumo e telecomunicação. Acreditamos que a notícia seja de cunho informativo, não devendo impactar nos preços das ações brasileiras no curto prazo.

Minerva e JBS – Os frigoríficos brasileiros anunciaram hoje (20/09) através de um fato relevante, a suspensão das operações de suas unidades de abate localizadas no Paraguai em meio às informações do surgimento de um novo foco de febre aftosa na província de San Pedro, localizada na região central do país, segundo um comunicado enviado pela Organização Mundial de Saúde Animal. De acordo com a Minerva, o país é responsável por aproximadamente 5% da receita total, enquanto que na JBS, a região representa uma participação inferior a 1% no faturamento da companhia. A notícia é marginalmente negativa para ambas as companhias no curto prazo, porém acreditamos que a existência de contratos de venda com outras unidades do país para ambos os frigoríficos , juntamente com a diversificação geográfica da JBS e Minerva, contribuam para uma redução dos efeitos negativos das paralisações decorrentes da febre aftosa.

Setor de Fertilizantes – De acordo com Eike Batista, dono do grupo EBX, a empresa pretende entrar no mercado de fertilizantes em conjunto com alguma empresa do setor, onde a OGX, outra empresa do grupo, entraria com gás natural, insumo para a produção de fertilizantes. De acordo com o empresário a Vale seria uma das opções, dado que "a vale pode precisar de gás para industrializar alguns minérios, gerando energia, mas também para fazer fertilizantes, amônia", conforme o próprio empresário. A sinergia ocorreria dada a proximidade dos poços da EBX, localizados na bacia do Parnaíba (MA), com as fábricas da Vale de nitrogenados. Eike ainda afirmou que a venda do gás poderia ser feita na base de US$ 5 o milhão de BTU, preço que ele considera "competitivo" e que fomentaria uma "indústria gigante". A notícia é de cunho informativo, não devendo impactar sobre o preço dos ativos do setor.

Setor de Mineração – O Governo de Minas Gerais anunciou ontem (19), em conjunto com o denominado "pacote anticrise", uma taxa sobre a produção de minério não processado no Estado, o que corresponde a 80% do minério explorado em Minas Gerais. O valor da nova Taxa de Fiscalização de Recursos Minerais (TFRM) corresponderá a uma Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais (UFEMG), que hoje é de R$ 2,1813 por tonelada – o que representaria no dia de hoje a uma arrecadação de aproximadamente R$ 400 milhões aos cofres do Tesouro Mineiro. A criação da nova taxa pegou de surpresa as empresas e os representantes do setor, que preferiram se inteirar primeiro melhor sobre o projeto antes de se manifestarem. A notícia é marginalmente negativa para as empresas do setor.

Unipar – Segundo um comunicado enviado ontem (19) pela CVM após o fechamento dos mercados, a instituição reguladora aprovou a extinção de um processo movido contra quatro membros do conselho de administração da companhia mediante a um ressarcimento de R$ 2,3 milhões aos cofres da Unipar. De acordo com o informativo, o processo movido contra os executivos da Unipar se referiu à distribuição indevida de dividendos baseadas nos resultados contábeis publicados em 31/12/2009, período em que a holding apresentou prejuízo operacional. A notícia é marginalmente positiva para as ações da companhia.

Fonte: Um Investimentos