SÃO PAULO – A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros (Selic) foi “muito surpreendente”, mas não muda a avaliação sobre a autonomia da autoridade monetária brasileira, afirma o diretor executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes. “Essa visão foi construída a partir de um histórico, apenas a decisão de ontem não altera essa análise”, diz.
Guedes afirma que o colegiado do BC é composto por profissionais de perfil técnico, que podem ter uma avaliação divergente do mercado sobre o balanço de riscos para a economia. Por outro lado, o executivo considera que a redução da Selic neste momento mostra que o Copom aparentemente encara com um conforto maior a possibilidade de a inflação levar mais tempo para atingir o centro da meta.
A Fitch elevou a classificação de risco (rating) do Brasil para “BBB” em abril deste ano. Foi a primeira agência a promover o país para o segundo degrau dentro do patamar de grau de investimento. Apesar de destacar os avanços da economia nacional, a agência ponderou que o país enfrenta desafios pela frente, entre eles o de trazer a inflação de volta para o centro da meta.
(Vinícius Pinheiro | Valor)
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