02/09/2011

Relatório de Emprego: agosto sinaliza nova baixa no mercado de trabalho dos EUA

SÃO PAULO - Em julho, as contratações do mercado de trabalho norte-americano superaram em mais da metade as projeções do consenso e atingiram o patamar de 117 mil novos postos. O movimento inicialmente sinalizava preocupações menores com um nova recessão no país, mas no decorrer de agosto a situação econômica pouco mudou, e a expectativa para o Relatório de Emprego do mês, agendado para a próxima sexta-feira (2), é de uma nova baixa na criação de vagas, para 70 mil novos postos, segundo o consenso compilado pelo site Briefing.com.

A média de pedidos de auxílio-desemprego totalizou 410 mil em agosto, abaixo dos 412 mil vistos em julho e ainda inferior à média de 420 mil pedidos entre abril e junho deste ano. Por outro lado, as sondagens de atividade dos Feds regionais apontaram a criação de apenas 43 mil vagas no período, com o enfraquecimento dos setores de serviços e manufaturas. "O forte declínio da confiança do consumidor em agosto também pode ser um indicativo da fraqueza do mercado de trabalho", afirma Dan Silver, do JP Morgan.

"A dispersão de estimativas aumentou consideravelmente, entre 5 mil e 180 mil vagas", observa a LCA Consultores. À medida que as projeções de crescimento de emprego no país recuam, tornam o Fed "marginalmente" mais propenso a anunciar alguma forma de QE3 (Quantitative Easing 3), avalia a consultoria.

Fatores extraordinários reforçam viés negativo
Não bastasse a piora na confiança do consumidor, o avanço singelo do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre e indicadores negativos sobre o crescimento da indústria, fatores temporários podem ter pesado sobre o Relatório de Emprego. O JP Morgan elenca, por exemplo, a greve de funcionários da companhia de telecomunicações Verizon, que colaborou com a retirada de 45 mil trabalhadores dos registros em carteira apurados nas últimas pesquisas de emprego. Vale lembrar que em agosto outros 1.300 trabalhadores também estavam em greve.

Pelo lado positivo, o governo de Minnesota cessou as paralisações de julho e pode contribuir positivamente para as apurações do mercado de trabalho em agosto.

Obama promete programa para a criação de empregos
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai apresentar ao Congresso, no dia 8 de setembro, um plano para estimular a geração de empregos e o crescimento econômico. Obama havia proposto o evento para o dia 7, mas mudou a data após o pedido do presidente da Câmara de Representantes, John Boehner. Os norte-americanos esperam medidas como a redução de impostos para a classe média, investimentos em infraestrutura, além de planos de apoio aos desempregados e aos setores econômicos degradados.

Desde novembro do ano passado, quando as discussões sobre gastos públicos tornaram-se mais proeminentes, o governo acumula contribuições negativas para a folha de pagamentos dos norte-americanos, com cerca de 20 mil vagas fechadas mensalmente. "As folhas de pagamento do governo continuam a cair, uma tendência que deve continuar pelos próximos meses", afirma a equipe do banco Wells Fargo. O JP Morgan, por sua vez, estima que agosto tenha o menor recuo nas contratações do governo norte-americano desde o início do ano. A projeção do banco inglês é que 20 mil vagas tenham sido fechadas no setor público.

O relatório
A taxa de desemprego nos Estados Unidos tende a manter-se em 9,1% em agosto. O Employment Report ainda é composto por ganho por hora trabalhada - projeção de 0,2%, 0,2 ponto percentual abaixo da medição anterior; e pela média de horas trabalhadas - estimativa de 34,4 horas, em linha com o registrado no mês anterior.

Fonte: InfoMoney

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