01/09/2011

Copom atribui corte nos juros a crise internacional

O corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic anunciada nesta quarta-feira foi justificada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, foi justificado pelo agravemento do cenário econômico mundial. A taxa anual de juros foi reduzida de 12,5% para 12% ao ano.

A decisão pelo corte teve cinco votos a favor e dois votos foram pela manutenção da taxa nos 12,5%.

Em nota de quatro parágrafos, o comitê afirma que houve uma reavaliação do cenário internacional e a constatação de uma "substancial deterioração".

"O Comitê entende que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado", diz a nota.

Embora cite o cenário desfavorável da economia mundial, o comitê não acena para novos cortes e diz que aguardará desdobramentos antes de definir os próximos passos. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 18 e 19 de outubro.

Leia abaixo a íntegra da nota do Copom:

"Brasília - O Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 12,00% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela manutenção da taxa Selic em 12,50% a.a. Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos. O Comitê entende que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado. Nota ainda que, nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal. Dessa forma, o Comitê avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante.

Para o Copom, a transmissão dos desenvolvimentos externos para a economia brasileira pode se materializar por intermédio de diversos canais, entre outros, redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e piora no sentimento de consumidores e empresários. O Comitê entende que a complexidade que cerca o ambiente internacional contribuirá para intensificar e acelerar o processo em curso de moderação da atividade doméstica, que já se manifesta, por exemplo, no recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira. Dessa forma, no horizonte relevante, o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável. A propósito, também aponta nessa direção a revisão do cenário para a política fiscal.

Nesse contexto, o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012.

O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do ambiente macroeconômico e os desdobramentos do cenário internacional para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.

Brasília, 31 de agosto de 2011"

Fonte: Folha.com

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