Dono da GWI fica devedor na bolsa

Por Silvia Rosa | De São Paulo

A BM&FBovespa comunicou na terça-feira que o coreano Mu Hak You, dono da gestora GWI, deixou de liquidar débitos de operações realizadas na bolsa, agora na pessoa física. No dia 22, a BM&FBovespa já havia anunciado que o fundo GWI Private Investimento no Exterior deixou de honrar os pagamentos das operações. Toda vez que um investidor se torna inadimplente, ele fica impedido de negociar no mercado até quitar as obrigações.

A expectativa era que, após a reabertura dos nove fundos da GWI, anunciada na segunda-feira pelo BNY Mellon, administrador das carteiras, Mu Hak, que é um dos principais investidores das carteiras da casa, resgataria parte das cotas para pagar as obrigações do fundo Private, que tinha patrimônio negativo de R$ 29 milhões. O anúncio da bolsa indica, porém, que isso não ocorreu ainda e que também Mu Hak passou a ser inadimplente.

Os fundos da gestora foram reabertos para aplicações e resgates após decisão dos cotistas de manter os portfólios com a gestão da GWI na assembleia realizada dia 26. As carteiras estavam fechadas desde 12 de agosto, depois de terem registrado fortes perdas com a queda das ações na bolsa.

O comunicado de inadimplência do fundo com a bolsa é um desdobramento da chamada de capital feito pelo administrador para os seis cotistas do Private - entre eles Mu Hak - cobrirem o rombo da carteira. Esse fundo costumava operar com alavancagem, aplicando um valor superior ao seu patrimônio, e concentrado em papéis do frigorífico Marfrig.

Segundo o Valor apurou, Mu Hak e a GWI operavam basicamente com três corretoras, Socopa, BES Securities e Icap, e teriam ficado sem recursos para cobrir os prejuízos com as operações a termo realizadas junto às instituições, que comunicaram a bolsa.

Procuradas, Socopa e Icap não quiseram comentar o assunto. Já a BES informou que não comenta rumores de mercado. A GWI também foi procurada, mas até o fechamento da edição, não retornou os pedidos de entrevista.

Fonte: Um Investimentos